Pilotos e comissários de bordo iniciaram, ontem, uma greve por tempo indeterminado para reivindicar reajustes salariais acima da inflação e melhores condições de trabalho. Houve manifestações em alguns aeroportos — como em Guarulhos (SP) — e o efeito do movimento dos aeronautas foi o de atraso de voos e impacto no embarque de passageiros.
No Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, um voo que sairia às 6h35 foi remarcado para as 14h, enquanto filas se formavam no saguão junto ao balcão das empresas. A Inframérica, concessionária que administra o complexo, informou que das 6h até as 17h, 24 voos domésticos partindo da capital sofreram atrasos acima de 15 minutos. Outros 20 voos chegaram com atraso e três foram cancelados.
Em Congonhas (SP) 16 voos atrasaram e, em Guarulhos, a GRU Airport — concessionária que administra o aeroporto — informou que 21 saídas operaram com atraso, mas nenhuma foi cancelada. No Rio de Janeiro, no Santos Dumont dois voos foram cancelados e cinco estavam atrasados por volta das 7h50. Nos demais estados, não houve registros de atrasos.
A paralisação é organizada pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), que reivindica melhores condições de trabalho, recomposição das perdas inflacionárias, renovação da convenção coletiva de trabalho, definição dos horários de início de folgas e cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos. Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a paralisação vai continuar ao longo desta semana e pode impactar as chegadas e saídas do Natal.
"Os tripulantes têm um pedido justo e razoável: aumentos salariais e valorização dos seus repousos, dos seus descansos e das suas folgas. Algo que é compreensível por toda a sociedade", disse o presidente do SNA, Henrique Hacklaender.
As manifestações dos aeronautas devem continuar ao menos em nove terminais, que incluem São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza, das 6h às 8h. No sábado, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou a manutenção de 90% dos aeronautas em serviço durante o período da paralisação comunicada pelo SNAE, sob pena de multa diária no valor de R$ 200 mil.
A greve foi anunciada na última quinta-feira, em assembleia de pilotos e comissários de voo, e foi convocada por tempo indeterminado devido às dificuldades nas negociações da renovação da convenção coletiva de trabalho.
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Companhias
Ao Correio, a Latam confirmou os atrasos na operação por conta da paralisação na manhã de ontem, mas garantiu que boa parte dos voos encontra-se normal, com apenas alguns impactos pontuais. A companhia pede para que os passageiros verifiquem o status da saída no site da empresa e afirma que continua em negociação com o Sindicato dos Aeronautas.
"Os passageiros com voos afetados pela greve poderão remarcar gratuitamente os seus voos ou, em caso de desistência, solicitar o reembolso dos seus bilhetes. Em paralelo, passageiros afetados por atrasos receberão toda assistência material prevista pela legislação em vigor", diz a Latam, em nota.
A Gol informou que nenhum voo foi cancelado e apenas uns poucos sofreram atrasos. "Todos os esforços estão sendo empregados em tratar as contingências com nossos clientes, minimizando muito os impactos", afirmou, também em nota. A companhia pede que os passageiros confiram os status dos voos no site da empresa.
Já a Azul Linhas Aéreas Brasileiras não quis comentar a paralisação dos aeronautas.
*Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi
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