Cinco seguranças e dois ex-funcionários de um supermercado de Canoas, no Rio Grande do Sul, foram indiciados, na manhã desta quinta-feira (15/12), pelos crimes de tortura e extorsão. Eles são acusados de sequestrarem e torturarem dois homens suspeitos de furtar pedaços de picanha no estabelecimento comercial na cidade.
De acordo com a Polícia Civil, responsável pela investigação do caso, entre os indiciados há três policiais militares que trabalhavam como seguranças no local: o primeiro-tenente da reserva Gilmar Cardoso Rodrigues, e os soldados em estágio probatório Gustavo Henrique Inácio Souza e Romeu Ribeiro Borges Neto, lotados no 20º Batalhão da Polícia Militar.
Os dois ex-funcionários são Adriano Dias, que ocupava o cargo de gerente, e Jairo da Veiga, subgerente do supermercado, ligado à rede Unisuper. Os outros dois indiciados não tiveram o nome revelado. As informações são do g1 RS.
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O caso ocorreu em 4 de dezembro, quando dois homens, de 32 e 47 anos, foram flagrados pela equipe de segurança do mercado ao furtar dois pacotes de picanha, com o custo de R$ 100 cada. Os dois, um homem negro e outro branco, foram levados para o depósito do local e foram agredidos por 45 minutos. Eles só saíram do local quando pagaram um valor exigido pelos indiciados.
"É um caso que choca, de uma situação que se repete. Não cabe a seguranças tentar fazer justiça com as próprias mãos. É necessário que seja feito o devido encaminhamento para que, dentro da lei, haja a responsabilização. Essa é a forma correta de conduzir situações como essa", explica o delegado Peternelli ao g1. O caso de furto será registrado e investigado por outra delegacia.
Trinta e uma câmeras gravaram o ocorrido, mas quando as gravações foram solicitadas pela polícia a resposta do estabelecimento foi de que os registros foram apagados assim que os agressores terminaram a sessão de tortura. Os investigadores conseguiram recuperar os arquivos e comprovar os atos violentos.
As vítimas contaram à RBS TV que um dos seguranças “chutou bastante na cabeça”, enquanto outro, um dos PMs, “também deu bastante soco, bastante paulada”. O agredido contou que, no meio da tortura, pediu desculpas por ter medo de ser agredido no peito, por ter sofrido um infarto em agosto.
“Ele disse: ‘é, negão, não é pra bater no teu peito? Então, agora que eu vou bater no teu peito’”, lembra a vítima. As vítimas contam, ainda, que o gerente do supermercado utilizou uma máquina de cartão de crédito para coletar o valor pedido por eles, de R$ 800. Os indiciados também recolheram os pacotes de picanha e dividiram entre eles.
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