Começam nesta sexta-feira (25/11) os testes humanos da SpiN-Tec produzida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a primeira vacina 100% brasileira contra covid-19. Os ensaios clínicos serão realizados com o objetivo de obter evidências quanto à eficácia e à segurança do imunizante, além de descobrir eventuais reações adversas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou os testes em humanos em outubro. Nos estudos pré-clínicos feitos em animais não foram registrados efeitos colaterais adversos, demonstrando capacidade de produção de anticorpos. Além disso, os exames comprovam que o imunizante é eficaz contra diferentes variantes e subvariantes do vírus.
Saiba Mais
Em 17 de novembro, a UFMG e o Centro de Tecnologia de Vacinas (CT-Vacinas) abriram cadastro para quem deseja participar, como voluntário, das fases 1 de 2 dos testes clínicos da SpiN-Tec MCTI UFMG.
Os interessados devem ser saudáveis, ter entre 18 e 85 anos, ter recebido as duas doses iniciais de CoronaVac ou AstraZeneca e uma ou duas doses de reforço com Pfizer (há pelo menos nove meses) ou AstraZeneca (há pelo menos seis meses) e residir em Belo Horizonte durante os 12 meses de estudo. As mulheres não podem estar grávidas ou amamentando.
Acompanhamento
“Se a pessoa for elegível para o estudo, será convidada a receber a vacina SpiN-TEC MCTI UFMG. Ela comparece para a vacinação no dia marcado, faz os procedimentos e fica em observação por até uma hora. Depois, já está liberada para ir para casa. Faremos o monitoramento ao longo de 12 meses”, explica o professor Helton Santiago, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG e coordenador dos testes clínicos da vacina.
A equipe responsável fará ligações periódicas para os voluntários para saber como estão se sentindo. Além disso, as pessoas farão sete visitas programadas à UPqVac — onde a dose será aplicada — uma semana após a aplicação e, na sequência, depois de duas semanas, 28 dias, 90 dias, 180 dias, 270 dias e 360 dias.
“A expectativa, agora, é de que a vacina se confirme como segura e imunogênica, fato observado em outras fases. Esperamos que ela induza resposta imunológica nos participantes, assim como induziu nos testes em animais”, afirma Santiago.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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