Trabalhadores de limpeza urbana de Abaeté, no Centro-Oeste de Minas, encontraram sete cães recém-nascidos embrulhados dentro de sacos plásticos. Os garis recolhiam os lixos na Avenida Joaquina do Pompéu, no Centro da cidade, quando notaram algo diferente. Ao abrirem, depararam-se com os animais - um deles já estava morto.
O caso ocorreu nessa segunda-feira (21/11) na cidade situada a 227 quilômetros de Belo Horizonte. Os profissionais gravaram vídeo do momento. “Covardia”, resumiu Alex Júnior Aires, motorista do caminhão.
Os cachorrinhos estavam dentro de várias sacolas plásticas e misturados ao lixo. “O menino que achou me chamou e eu pedi a ele para não mexer. Resolvi filmar para registrar porque poderia até dar problema para nós”, relatou Alex.
Em três anos de profissão, o motorista disse nunca ter visto algo semelhante no município de pouco mais de 23 mil habitantes. “Encontramos animais mortos. Mas filhotinhos assim é a primeira vez”.
Indignado, Alex Júnior disse não tem como expressar o que sentiu ao abrir os sacos. “Isso aconteceu sete e meia da manhã. Eu não consegui comer nada ontem só hoje na hora do almoço de tanta raiva”.
Saiba Mais
Os animais foram levados para atendimento da veterinária Jéssica Morais. Para ajudar no custeio, o motorista do caminhão abriu uma vaquinha. Até agora foram arrecadados R$ 200, que serão utilizados para cobrir despesas de leite. A clínica não cobrou pela assistência.
Os cinco filhotes sobreviventes são fêmeas. As cadelas foram levadas a um lar temporário. “Teve uma mulher que as pegou na clínica porque a cachorra dela também teve filhotes. Ela os deixará lá até o momento da doação porque são bem recém-nascidos, nem abriram os olhinhos”, frisou Alex.
Ocorrência
Alex registrou boletim de ocorrência, porém não acredita que as autoridades vão localizar quem supostamente abandonou os cães. “Filmei e postei em um grupo de Abaeté e gerou muita repercussão. Aí resolvi registrar a ocorrência, mas eles me falaram que é pouco provável de encontrar o responsável porque não tem câmeras na região”, diz.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) instaurou inquérito para investigar os fatos com base no art. 32 da Lei Nº 14.064, que estabelece como crime "praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos". O regimento prevê detenção de três meses a um ano, além de multa.
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