O esforço da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para implementar soluções tecnológicas no campo brasileiro foi um dos temas abordados na segunda edição do CB Fórum Agro 4.0. O coordenador de Inteligência de Dados na CNA, Diego Humberto de Oliveira, ressaltou que o Brasil pode ter um salto de produção agrícola nos próximos anos caso implemente mais soluções digitais para otimização nos processos produtivos.
"O cenário da agropecuária digital vai possibilitar que as propriedades, independentemente do seu tamanho, que elas se transformem em organizações orientadas dados, que todos os dados gerados em todos os níveis dos processos de produção, eles realmente apoiem as tomadas de decisão", disse Oliveira.
Além dos ganhos produtivos, Diego de Oliveira considera que o Agro 4.0 ainda pode criar vagas de emprego para profissionais de tecnologia com o surgimento de novos pólos agrícolas. "O desenvolvimento regional, local, pode fixar esses profissionais em regiões que não necessariamente tenham, do ponto de vista tradicional, essas produções e desenvolver dinâmica produtiva em locais que a gente acredita, sem dúvida, que tem um potencial para o agro", explicou.
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Cultura de gestão
Otavio Celidonio, diretor-executivo de uma rede de inovação em agricultura e pecuária, falou sobre a dificuldade de produtores em encontrar soluções tecnológicas adequadas. "O desafio que a gente percebe para que o digital chegue cada vez mais no campo, de que os produtores, lá na ponta, adquiram essa cultura de gestão, é que passem a usar indicadores para gerir o dia a dia, para realmente identificar se eles estão cumprindo com alguma meta estabelecida ou não, e a partir daí tomem decisão", afirmou.
O diretor-executivo do AgriHub, rede de inovação tecnológica aplicada em agricultura e pecuária, explicou que para a indicação da empresa mais adequada para o nível de produção de uma propriedade ainda existe uma dificuldade de identificação.
Para Celidonio, há tecnologias sendo desenvolvidas para vários níveis de maturidade. "Tem tecnologia para quem está saindo da caderneta, tem tecnologia para quem está já no nível mais avançado de gestão. E o grande desafio nosso como hub é ajudar a acelerar essa adoção de tecnologia e a partir daí ajudar a fazer esse match de uma forma mais assertiva", destacou.
Segundo o diretor-executivo, o papel de tratamento e desenvolvimento de ações a partir dos dados colhidos no campo seria de empresas especializadas. "O que eu acredito que a gente vai ter são profissionais, empresas, consultoria de empresas com seus colaboradores prestando o serviço justamente para os produtores rurais nesse viés de análise de dados", projetou.