RORAIMA

Polícia Federal investiga convênios suspeitos em Roraima

Por determinação da 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal, em Roraima, 22 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos

Agência Brasil
postado em 23/11/2022 13:19 / atualizado em 23/11/2022 13:19


A Polícia Federal (PF) e a Controladoria Geral da União (CGU) deflagraram hoje (23) a operação Imhotep, destinada a "investigar um esquema de corrupção e fraudes em convênios com diversos municípios de Roraima". Entre as cidades investigadas está a capital do estado, Boa Vista. Segundo os policiais, as irregularidades teriam sido praticadas entre 2012 e 2017.

Por determinação da 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal, em Roraima, 22 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Roraima, São Paulo e no Distrito Federal.

Segundo a PF, o inquérito foi instaurado após o Tribunal de Contas da União (TCU) ter identificado, por meio de Relatório de Produção de Conhecimento, as maiores recebedoras de recursos do Programa Calha Norte, em Roraima.

"As investigações encontraram indícios da existência de uma organização criminosa que fraudaria procedimentos para celebração de convênios com prefeituras no estado entre os anos de 2012 e 2017, em especial com o município de Boa Vista", informou, em nota, a Polícia Federal.

Propinas

Segundo os investigadores, três empresas de engenharia teriam pago propinas que seriam "distribuídas a servidores públicos que auxiliariam na prática dos crimes e a um ex-senador que teria participação no esquema". O ex-parlamentar teria recebido recursos por meio de familiares e de empresas das quais são sócios.

"Há indícios que o ex-senador interferiria em assuntos relacionados a convênios nos quais houvesse a aplicação de verbas federais viabilizadas por ele, havendo evidências, inclusive, do travamento de pagamentos de verbas oriundas de emendas parlamentares de sua autoria caso não houvesse o pagamento de propinas", detalhou a PF.

As empresas suspeitas teriam executado mais de R$ 500 milhões em convênios durante o período, dos quais pelo menos R$ 15 milhões estariam relacionados a pagamento de propina.

Para os investigadores, os suspeitos podem responder por crimes de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A soma total das penas pode ultrapassar 35 anos de reclusão.

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