Mais uma vez, este ano, a Amazônia registrou recorde no aumento do desmatamento. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou nesta sexta-feira (11/11) que o acumulado de alertas de desmatamento em outubro de 2022 na Amazônia Legal foi de 904 km² — o número representa um recorde para o mês na série histórica iniciada em 2015. O anúncio acontece em meio à 27ª Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP 27).
Os alertas foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que três hectares (0,03 km²) — tanto para áreas totalmente desmatadas quanto para aquelas em processo de degradação florestal, como exploração de madeira, mineração, queimadas e outras.
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Emissões de carbono
O sistema Deter não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está ocorrendo. A medição oficial do desmatamento, feita pelo sistema Prodes, costuma superar os alertas sinalizados pelo Deter.
Na avaliação do ambientalista Charles Dayler Silva de Almeida, os números divulgados hoje são alarmantes. “É um fato preocupante porque quando os números de desmatamento e incêndio na Amazônia batem recorde, consequentemente nós temos alta nas emissões de carbono. E os outros biomas estão sofrendo com o mesmo problema, o Cerrado é um deles.”
Almeida reitera que agora o governo deve estudar uma forma de tentar frear o desmatamento da floresta amazônica. “Esse cenário, essa situação de mais um recorde de desmatamento é muito ruim porque o Brasil corre um grande risco de não conseguir cumprir as metas (acordo de Paris). Só a manutenção do cenário atual já supera e inviabiliza esse cumprimento.”
O Pará foi o estado com maior área sob alerta de desmatamento: 435 km². Em seguida vieram Mato Grosso (150 km²), Amazonas (142 km²), Rondônia (69 km²), Acre (64 km²), Roraima (24 km²), Maranhão (18 km²) e Amapá (2 km²).
*Estagiária sob supervisão de Andreia Castro
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