A nora da ex-deputada e pastora evangélica Flordelis dos Santos de Souza, Luana Vedovi, testemunha de acusação no julgamento do assassinato do pastor Anderson do Carmo, afirmou em depoimento na manhã desta quarta-feira, 9, que a ex-parlamentar disse que teria quebrado o celular da vítima e jogado os destroços no mar.
Segundo Luana, a ré confidenciou a ela e a dois filhos -, o marido, Wagner de Andrade, conhecido como Misael, e Daniel dos Santos -, ter destruido e descartado o aparelho. O objetivo seria apagar vestígios do crime.
Uma das principais provas do processo, uma mensagem com o plano de matar o pastor encontrada no iPad dele, foi citada pela testemunha no decorrer do depoimento. Segundo Luana, ela teria confrontado Marzy Teixeira da Silva, filha adotiva de Flordelis, acusada de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada, sobre a mensagem. A cunhada então teria contado que a própria Flordelis teria redigido o texto e pedido para que ela enviasse para Lucas César dos Santos - filho adotivo do casal e a primeira opção da ex-deputada para executar o marido.
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Segundo Luana, na semana da morte do pastor, Flordelis a convocou com o marido para uma reunião na casa da família. Com receio de a polícia ter instalado escutas na casa, Flordelis escreveu um bilhete com a mensagem: "Ainda bem que quebramos o celular do Niel e jogamos no mar".
"Eu chamei a Marzy. E perguntei que história era essa no iPad do pastor. Queria entender. A Marzy chorou e começou a se abrir comigo. Ela (Marzy) explicou que a mãe, Flordelis, estava na cama escrevendo a mensagem e pediu para a Marzy enviar a mensagem para o Lucas. Por algum motivo não apagaram a mensagem. E a mensagem ficou no iPpad dele. Ele chegou em casa e viu", contou Luana no terceiro dia de julgamento, em Niterói.
O pastor teria confrontado Flordelis sobre o plano de assassinato encontrado no iPad. Segundo Luana, a ex-deputada teria pagado Marzy para assumir a autoria da mensagem.
"Quando o Niel (Anderson do Carmo) descobriu e foi questionar a Flor, a Marzy disse que ela deu um dinheiro, mandou assumir e sumir. Ela já tinha assumido o sumiço de um dinheiro do cofre da família antes", contou.
Flordelis achava que morte de Anderson resolveria problemas
A nora de Flordelis afirmou ainda no julgamento que Marzy estava convicta de que a morte de Anderson "resolveria todos os problemas da família".
"Ela falou: matar o Niel vai resolver o problema de todo mundo. Marzy estava com a mente feita de que matar o Niel iria resolver os problemas da casa dela", disse.
Logo após a morte do pastor Anderson, Luana e o marido, Wagner, teriam desconfiado da participação de Flordelis. Eles se lembraram da existência da mensagem com o plano de matá-lo e decidiram ir atrás do celular do pastor para fotografar a prova.
Ela contou que ela e o marido decidiram procurar a delegacia após fotografarem o texto com o plano do assassinato.
"Na segunda-feira, na hora do enterro, meu marido ficou com a mensagem do iPad na cabeça. Ele chegou para o (Márcio) Buba (amigo da família que ficou com o celular da vítima) e perguntou onde estava o celular do pastor. Depois do enterro, o Buba foi lá em casa. O Mizael achou a mensagem no bloco de notas do pastor. Enviou para o e-mail, bateu foto do celular. Nesse meio tempo, a Flor já estava ligando para pedir o celular do pastor", contou.
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