A baixa adesão dos brasileiros às doses de reforço das vacinas tem preocupado especialistas. Eles alertam para uma possível lotação de leitos e aumento no número de mortalidade, caso de fato haja uma segunda onda causada pela subvariante. Os dados do Ministério da Saúde apontam que muitos brasileiros deixaram de tomar as doses de reforço, o que poderia ajudar a reduzir o impacto, mesmo porque estudos apontam que esta é uma variante mais transmissível, que pode levar a um número maior de casos, mesmo em pessoas completamente vacinadas. A taxa de transmissão é maior do que a da ômicron original.
O vacinômetro do Ministério da Saúde mostra que milhões de brasileiros ainda não tomaram doses adicionais da vacina. Segundo dados levantados no sistema do ministério, cerca de 171 milhões de pessoas tomaram a segunda dose do imunizante ou dose única, o que corresponde a 79,8% da população apta a ser vacinada.
Ainda segundo a pasta, 105 milhões de brasileiros tomaram a dose de reforço, o que equivale a 48,9% do total. Já a quarta dose, ou segunda dose de reforço, foi aplicada em apenas 35 milhões de brasileiros. Como se vê, a imunização cai conforme a progressão das doses.
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Entre os jovens de 12 e 17 anos, a situação é mais preocupante. Cerca de 14 milhões completaram o esquema vacinal com as duas doses, mas somente 4,4 milhões reforçaram a imunização.
Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o médico Julival Ribeiro reforça que é necessário completar o ciclo vacinal para que o país consiga encarar de forma “menos pavorosa” uma nova onda da covid-19. Ele destaca, ainda, a importância de o Brasil desenvolver uma nova vacina para esta cepa. “As autoridades sanitárias devem começar a pensar na vacina bivalente, contra a cepa original e a última da ômicron, que tem se mostrado muito segura e também com boas respostas para novas variantes”, comenta.
Um estudo feito em parceria pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech mostrou que a dose de reforço da vacina bivalente produz uma forte resposta imunológica em adultos mais velhos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não emitiu parecer final para que a vacina, já aprovada na União europeia e nos Estados Unidos, seja aplicada no Brasil. A agência recebeu o pedido de uso emergencial em 30 de setembro.
*Estagiária sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza
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