covid-19

Especialistas alertam para avanço da covid-19 e chance de nova onda

Duas novas cepas do vírus, a BG.1 e a XBB, que surgiram a partir da variante Ômicron, são potencialmente mais resistentes à vacina e têm crescido em circulação

Correio Braziliense
postado em 05/11/2022 03:55
 (crédito: Danielle Beckman/UC Davis)
(crédito: Danielle Beckman/UC Davis)

A quantidade de testes positivos de coronavírus em laboratórios privados do país aumentou em outubro. É o que mostram análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que alerta para uma nova onda de casos da doença em países da Europa. Por causa desses dois fatores, especialistas apontam que é importante que a população fique atenta aos sintomas, faça testes para confirmar a infecção por coronavírus e siga o tratamento correto.

Duas novas cepas do vírus, a BG.1 e a XBB, que surgiram a partir da variante Ômicron, são potencialmente mais resistentes à vacina e têm crescido em circulação. Segundo o médico infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP Evaldo Stanislau, apesar das novas cepas do vírus, os sintomas da covid-19 continuam sendo os mesmos de antes.

"Geralmente são respiratórios, similares aos de um resfriado comum ou, eventualmente, aos de uma gripe, quando há mais sintomas de febre e mal-estar", explica.

A covid-19 pode ser confundida com um resfriado ou gripe e é importante que a pessoa, ao perceber as indicações, faça um teste para comprovar se há infecção por coronavírus ou por influenza, que também teve aumento relevante no número de testes positivos. Por isso, é preciso estar atento se há coriza, dor de garganta, tosse, dor no corpo, mal-estar e febre.

Idosos e imunossuprimidos devem ter um diagnóstico correto para que o tratamento seja feito o quanto antes, diminuindo as chances de uma evolução para o quadro mais grave. Até o momento, o aumento no número de testes positivos para coronavírus são de casos leves e não houve aumento relevante no número de internações pela doença.

Sintomas

Os sintomas podem aparecer isoladamente ou todos juntos. Pessoas imunizadas com todas as doses contra a doença e que não têm idade avançada ou problemas de saúde tendem a apresentar sinais mais leves, sem evolução para casos graves. Alexandre Naemy Barbosa, infectologista, professor e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, defende que a testagem de pacientes com sintomas respiratórios deve ser feita em todos os casos.

Segundo ele, o paciente consegue ter um melhor tratamento quando diagnosticado corretamente, o que diminui as chances de evolução da covid-19 para quadros mais graves. "Hoje nós já temos alguns medicamentos que tratam a covid-19 e que ajudam para que o quadro clínico do paciente não evolua negativamente", diz o especialista.

Para Carolina dos Santos Lázari, infectologista do Fleury Medicina e Saúde, a testagem é importante não só no âmbito pessoal, mas também coletivo. O exame possibilita que a comunidade médica, científica e as autoridades saibam o que está acontecendo nas cidades e no país para que sejam tomadas as medidas de contenção e de prevenção dos casos.

"Sempre estimulamos a confirmação por exame laboratorial, mesmo para pacientes com sintomas leves e sem fatores de risco. Quando aumenta o número de casos leves, significa que as pessoas que têm mais chance de ter um quadro grave estão expostas a um risco maior", explica Carolina.

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