São Paulo - Milhares de pessoas estão retidas nas rodoviárias da capital paulista desde segunda-feira (31/10) , em função dos bloqueios ilegais que ocorrem nas estradas do país. Segundo nota da empresa Socicam, responsável para administração dos terminais rodoviários do Tietê — o maior da América Latina — e da Barra Funda, apenas nas últimas 24 horas, 880 ônibus foram afetados e tiveram suas viagens canceladas.
Segundo informações da empresa JCA, maior operadora individual no terminal do Tietê, que opera ônibus das marcas Cometa, 1001, Rápido Ribeirão, Catarinense e Expresso Sul, a empresa registrou, sozinha, mais de 50 viagens canceladas em função de veículos retidos nos bloqueios das estradas.
Irritados e cansados, passageiros seguem aguardando por uma solução das empresas. Em torno das 14h desta terça-feira (1º/11), partiu o primeiro ônibus da Cometa em quase 24 horas, com destino a Belo Horizonte. O veículo saiu no horário programado, não atendendo a todos os passageiros das viagens anteriores. A empresa ainda não definiu como fará para atender a demanda.
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Uma das passageiras é a doméstica Érica Souza, 49 anos, moradora da cidade de Ribeirão Preto, distante 315 quilômetros da capital. Ela chegou às 20h de ontem ao terminal rodoviário e, ao tentar comprar o bilhete de volta para casa, foi informada de que a venda das passagens estava suspensa. Em São Paulo para encontrar amigas, ela está preocupada, após passar a noite na estação. Após 18 horas de espera, ela contou que sequer comeu temendo não ter dinheiro suficiente para o retorno à casa.
A empregada reclamou da inoperância da polícia em relação à interdição das vias: "Estão bloqueando, eu não entendo como a polícia está lá e ainda está bloqueado”. Érica disse discordar do motivo das manifestações. "Eu acho que eles não estão aceitando (resultado das urnas), mas foi o povo que escolheu. A gente tem que aceitar a perda também”, comentou.
O representante comercial José Carlos, 60 anos, estava em um congresso em São Paulo e tentava voltar para casa em Curitiba. Mesmo se declarando eleitor do presidente Jair Bolsonaro (PL), ele apontou que “todo mundo deve ter o direito de se manifestar, mas precisa respeitar o direito de ir e vir”. Após esperar três horas no terminal, decidiu chamar um aplicativo de transporte até a capital paranaense.
Na tarde de hoje, algumas companhias retomaram a venda de bilhetes, mas ainda não confirmam se os veículos irão chegar para realizar as viagens.
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