MINAS GERAIS

Hipnose e sadomasoquismo: Professor de MG é suspeito de abuso sexual

Suspeito foi afastado da Unimontes por 90 dias. Alunas denunciam que ele usava a hipnose para praticar abusos, que incluiriam práticas de sadomasoquismo

Um professor do departamento de História da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) foi afastado das suas funções por suspeita de abuso sexual e estupro.

A denúncia foi feita por alunas, supostas vítima do professor. Segundo as jovens, o denunciado teria usado técnicas de hipnose (embora não tenha formação na área) como artifício para abusar das vítimas. Elas também afirmam ter sido submetidas a práticas de sadomasoquismo.

Por meio de nota, a Unimontes informou que a denúncia do suposto crime “está sendo devidamente averiguada pelas instâncias superiores” da instituição, “pelos órgãos e autoridades competentes”.

“Todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas para esclarecer os fatos”, diz o comunicado da Unimontes, assinado pelo reitor da universidade, Antônio Alvimar Souza. A Universidade começou a apurar o caso na segunda quinzena de agosto, com a abertura de um processo administrativo disciplinar para investigar professor denunciado.

Nesta segunda- feira (17/10), com o objetivo de prevenir e combater as práticas de assédio e abusos sexual, ele assinou uma portaria, criando a “Comissão de Acolhimento, Encaminhamento e Acompanhamento de crimes de violência sexual, gênero e discriminações” na instituição superior sediada no Norte de Minas.

O reitor da Unimontes também assinou uma portaria que “Institui Política de Enfrentamento ao assédio sexual, importunação sexual, formas de discriminações e preconceitos em relação à origem, cor, gênero, orientação sexual, religião ou crença, nível socioeconômico, condição corporal física ou psíquica no âmbito da Universidade”.

O documento foi assinado em solenidade na reitoria da instituição, com as presenças da coordenadora do Grupo de Pesquisa Gênero e Violência da Unimontes, Cláudia Maia, da presidente da Comissão da OAB Mulher – da 11ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil de Montes Claros, Graciele Bicalho, e da Coordenadora Adjunta Estadual da Aliança LGBTQI+, Letícia Ferreira, entre outros convidados.

“Não vamos engavetar denúncias. A Universidade tem que ser um espaço seguro onde as famílias possam confiar os jovens, e não provocar estragos na vida afetiva e pessoal dos nossos alunos”, afirma Antônio Alvimar.

“Somos uma Universidade diversa e, como tal, é assolada pelos mesmos problemas da sociedade. Diariamente, fazemos enfrentamentos necessários e árduos para construímos um espaço democrático e formativo. Nosso papel é trazer o outro para perto. Só assim construiremos ações e ambientes mais coerentes, éticos, de humanidade, em defesa da vida. Essas ações são importantes e necessárias, complementou.

Hipnose e sadomasoquismo


O nome do professor suspeito das práticas de abusos sexuais contra alunas não foi divulgado. Ele ingressou na universidade estadual em 2014, por intermédio de aprovação em concurso público. A reportagem não conseguiu contato com o suspeito nem com o seu advogado para ouvir a versão da defesa.

De acordo com as denúncias feitas pelas vítimas - e que continuam em investigação - , o professor de História foi acusado de supostas práticas da técnica de hipnose (mesmo sem formação na área) e BDSM, sigla que denomina “um conjunto de práticas consensuais envolvendo bondage e disciplina, dominação e submissão, sadomasoquismo e outros tipos”. Por sua vez, o “bondage” consiste em “conjunto de práticas sexuais de natureza sadomasoquista que envolvem o domínio físico de um dos parceiros sobre o outro”.

 

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