A meta do Ministério da Saúde para a cobertura vacinal é imunizar 95% das crianças na faixa etária entre um e cinco anos. Em evento para celebrar o Dia Nacional da Vacinação, nesta segunda-feira (17/10), a pasta informou, contudo, que somente 65,6% dos meninos e meninas receberam o esquema vacinal. Sendo que entre crianças com menos de um ano apenas 44,8% foram vacinadas.
A campanha contra a poliomielite e de multivacinação teve início há dois meses e tem como estimativa vacinar 213 milhões de brasileiros. De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, até o momento, somente o estado da Paraíba ultrapassou a meta, com 95,09% de vacinados. O Amapá tem o segundo índice mais alto, com 90,8%.
“O Amapá tinha uma das piores coberturas e está, hoje, com 90%. O ministério tem apoiado o projeto do SUS, chamado Imuniza SUS, que capacita vacinadores. Queremos manter a população vacinada e aumentar a cobertura nacional. Levem seu filho para vacinar. Esse ministério tem feito o seu papel à medida que adquire as vacinas, distribui para todos os estados, consequentemente para todos os municípios, de modo que garantimos a oferta das vacinas”, afirmou Medeiros.
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A poliomielite foi erradicada em 1994. Há uma semana, porém, um caso no Pará passou a ser investigado pela secretaria de saúde do estado. “A doença tem o risco não só no Brasil, mas em todas as regiões das Américas da reintrodução do vírus”, disse o secretário nacional.
De acordo com o Ministério da Saúde, hoje há no país 38 mil salas de vacinação, 17 vacinas para crianças, sete para adolescentes, cinco para adultos e idosos e três para gestantes.
Queiroga
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reforçou o apelo, mas destacou a verba gasta anualmente para a aquisição de vacinas — cerca de R$ 40 bilhões. Além disso, elogiou a “competência” da logística tripartite — entre União, estados e municípios. No entanto, minimizou o baixo resultado da campanha de vacinação brasileira dizendo ser um problema mundial: "Acontece em todo o mundo".
“A queda das coberturas vacinais acontece em todo o mundo, não é só no Brasil. Em parte se deve ao fato de as pessoas não se lembrarem do que representa doenças como a poliomielite. Os pais jovens de hoje não sabem o impacto que tem a poliomielite. Então, temos que continuar alertando para que tragam as crianças para as salas de vacinação”, justificou.
Entre outros motivos, o ministro citou a pandemia e o fechamento das escolas, o que, segundo ele, atrapalhou no esforço para vacinação das crianças, diminuindo a adesão das campanhas.
“É inaceitável que, em pleno século 21, tenhamos sofrimento de nossas crianças com doenças que já estão erradicadas há muito tempo. Desde o dia 7 de agosto temos feito um apelo a toda a nação brasileira para que leve as crianças com menos de cinco anos para completar o esquema vacinal da pólio. A meta é atingir 95% das 15 milhões de crianças que são aptas a receber essas vacinas”, declarou.