desmatamento

Em 20 anos, perda de áreas verdes equivale a 6% do território brasileiro

Os dados são da pesquisa 'Contas Econômicas Ambientais da Terra: Contabilidade Física', levantamento inédito divulgado nesta sexta-feira (7/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

O avanço da fronteira agrícola, somado ao desmatamento, fez com que o Brasil perdesse 513 mil km² de áreas verdes nas últimas duas décadas, o equivalente a 6% do território do país. Os dados são da pesquisa Contas Econômicas Ambientais da Terra: Contabilidade Física, levantamento inédito divulgado nesta sexta-feira (7/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os principais resultados está a redução das áreas de vegetação natural no país.

Só nos últimos dois anos investigados (2019 e 2020), foram perdidos 23.368 km² de campos e florestas naturais, área maior que a do estado do Sergipe. Do total, foram desmatados 13.527 km² de florestas no biênio: 60,8% disso viraram um mosaico de ocupações em área florestal e outros 39,2% viraram pastagem com manejo. Já da vegetação campestre, que inclui o Cerrado, quase a totalidade foi destinada para o cultivo agrícola e pastagens.

Durante todo o período de monitoramento, a área agrícola apresentou crescimento de 50,1% (229,9 mil km²). Ainda entre as expansões, a pastagem com manejo cresceu 27,9% no período, um incremento de 247 mil km². “A pesquisa mostra uma tendência de conversão de uso: destacando-se a expansão de áreas agrícolas sobre a vegetações campestres e pastagem com manejo, além de um crescimento da pastagem com manejo sobre as vegetações florestais”, explicou a gerente da pesquisa, Ivone Lopes Batista.

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As análises da publicação apresentam a dinâmica de mudanças, com destaque importante nas bordas da Amazônia, no Matopiba (região que se estende por territórios de quatro estados do Brasil — com as primeiras sílabas de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), no sul do Rio Grande do Sul e no trecho que engloba o Oeste Paulista e o leste do Mato Grosso do Sul e de Goiás. “Essas conversões são desiguais no território. Em algumas áreas, avançam bastante e, em outras, são contidas por áreas especiais, como Unidades de Conservação e Terras Indígenas ", acrescentou a pesquisadora.

O levantamento também destaca a expansão da silvicultura — manejo de florestas voltado para técnicas de preservação. Foi o processo de mudança com maior crescimento percentual nesses 20 anos, com 71,4% de expansão (36 mil km²). A silvicultura avançou, principalmente, sobre as áreas de Vegetação campestre, Mosaico de ocupações em área florestal e Pastagem com manejo. As maiores expansões foram em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

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