O médico Helyson Diniz viralizou nas redes sociais com uma publicação sobre uma máscara de oxigênio que foi improvisada por uma enfermeira para atender um paciente de 8 meses. Eles estavam em um hospital no interior do Rio Grande do Norte.
A intenção de postar a máscara nas redes sociais foi “valorizar a inteligência e proatividade da profissional''. A bebê recebeu alta e passa bem. “A enfermeira foi fundamental para o desfecho favorável do paciente. Mudou o rumo da conduta. Quando se tem pessoas capacitadas neste nível, a equipe toda ganha. E o paciente também”, disse o médico.
Para Helyson, “nenhum hospital ou Unidade Básica de Saúde funciona sem enfermeiros”. Ele está cursando uma especialização em medicina de família e comunidade e também faz plantões como clínico geral em cidades no interior do Rio Grande do Norte.
Saiba Mais
Repercussão
A publicação conta com 98,7 mil curtidas e 8 mil compartilhamentos. Os comentários, em sua maioria, elogiam o trabalho dos profissionais da saúde e levantaram a valorização dos enfermeiros.
Em entrevista ao Estado de Minas, o doutor defendeu o aumento do salário de técnicos de enfermagem. “É um absurdo o quanto essa categoria trabalha em todos os cenários da saúde e mesmo assim não são valorizados, com salários péssimos”, comentou.
“E veja que foi numa cidade do interior nordestino. Temos excelentes profissionais que dão sangue nesses hospitais e Unidades Básicas de Saúde”.
Valorização do SUS
Comentários criticaram o Sistema Único de Saúde na publicação de Helyson. “O SUS não presta”, escreveu um usuário. Estes perfis afirmam que essa situação só aconteceu por conta da baixa qualidade da saúde brasileira, o que foi rebatido pelo médico.
“O desastre da pandemia só não foi maior no Brasil por causa do SUS. O SUS é a única saída para fortalecermos a saúde do Brasil. É uma ignorância dizer que ele não serve, por causa de episódios como esse. Na verdade, são trabalhadoras e trabalhadores do SUS como essa enfermeira que salvam todos os dias”, pontuou.
Helyson disse que os municípios no interior do estado “muitas vezes não recebem recursos adequados para manter um hospital”.
O médico diz que não julga o município ou o hospital porque recebem recursos muito limitados. “Infelizmente não dá pra fazer mágica com pouco recurso. A problemática é muito maior. Vem a nível de governo federal”, disse.
Meia noite, criança de 8 meses chega com desconforto respiratório, saturando 73%, pulmão cheio de ronco. Sem máscara de oxigênio para a idade. A enfermeira me vem com uma seringa de 10 ml e do nada monta uma máscara improvisada e salva a criança. Eu tô mt chocado e agradecido????????kk pic.twitter.com/NhhHaLo3ew
— Residente de Postinho (@helysondiniz) October 23, 2022
O caso
Por volta de meia noite, pais de uma zona rural foram ao hospital com uma criança de 8 meses que não estava respirando bem. Helyson estava em outro procedimento, mas parou para direcionar sua atenção ao paciente ao bebê.
“Quando cheguei, ela estava sonolenta, mãos e pés roxos, uso da musculatura do abdome para respirar e com a frequência respiratória bem alta, além de saturação de oxigênio muito baixa, de 73%”, contou.
Os profissionais da saúde levam a bebê para a sala de estabilização para começar as medidas de socorro. O primeiro passo seria a “oferta de oxigênio”, mas eles perceberam que não havia uma máscara ideal para uma criança daquela idade.
“Eu fiquei apenas com um pequeno cateter colocando oxigênio em uma das narinas da criança tentando ver se conseguia algum sucesso. Em cinco minutos, a enfermeira chegou com a máscara improvisada, que tinha alguns vazamentos, mas foi o suficiente para melhorar a saturação da criança”, contou.
Eles conseguiram estabilizar a criança e levá-la para uma pediatra em uma cidade próxima. “Felizmente, a pediatra também foi muito atenciosa e fez outras orientações que ajudaram a dar uma estabilidade ainda maior para a paciente e conseguirmos fazer o transporte para o outro hospital”, disse.
A paciente passou alguns dias internada, mas já voltou para casa. O diagnóstico foi um caso de pneumonia, que pode ser grave na idade do bebê caso não seja tratado corretamente, conforme explicou o médico.
Cobertura do Correio Braziliense
Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!
Saiba Mais
- Brasil Outra vez: jacaré Alfredo é pego ‘cochilando’ na pista de corrida em MG
- Brasil Idoso flagrado agredindo cão com pano em Montes Claros é preso
- Brasil Fiocruz alerta para o aumento de casos de influenza em SP e no DF
- Brasil Mulher que roubou joias em apartamento de luxo em BH ainda é procurada
- Brasil Polícia procura homem suspeito de estuprar a enteada; mãe sabia do abuso
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.