VIOLÊNCIA DE GÊNERO

Mais um pedido de prisão contra o empresário Thiago Brennand

No novo pedido de prisão de Thiago Brennand, juiz acata denúncias feitas ao Ministério Público que enquadram o empresário em nove crimes que envolvem estupro, gravações não autorizadas e violência física e sexual

Tainá Andrade
postado em 15/10/2022 23:52 / atualizado em 15/10/2022 23:56
 (crédito: Reprodução/Instagram)
(crédito: Reprodução/Instagram)

A Justiça de Porto Feliz decretou, neste sábado (15/10), novamente a prisão preventiva do empresário Thiago Brennand. A cidade, do interior de São Paulo, é a localidade onde o empresário tem uma fazenda que era usada na prática dos crimes dos quais ele está sendo acusado. Esse é o segundo mandado de prisão feito contra Brennand em três dias. O primeiro, na quinta-feira, culminou na prisão de Thiago, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, que foi solto no mesmo dia após pagar fiança.

O juiz Jorge Panserini, da 1ª Vara Criminal de Porto Feliz, pediu a contenção do rapaz baseado em nove crimes — estupro, cárcere privado, tortura, lesão corporal, coação no curso do processo, constrangimento ilegal, ameaça, gravação sem autorização de ato sexual e divulgação de estupro ou sexo — que foram denunciados ao Ministério Público. Entre os crimes, a divulgação e a filmagem não autorizada foram relatadas oito vezes.

A Justiça deu o prazo de 10 dias para o empresário apresentar a defesa. O pedido foi enviado para a Polícia Federal (PF). O empresário responde ao processo de extradição em liberdade. Ele não poderá deixar o país sem comunicar às autoridades locais e terá de comparecer a todas as audiências para as quais for convocado.

A TV Globo tentou falar com a defesa de Brennand, que informou não ter nada a declarar.

 

Histórico

Thiago estava foragido desde setembro, quando virou réu por ter agredido a modelo Helena Gomes, em uma academia de ginástica, em São Paulo, depois de supostamente importuná-la. A ação foi filmada pelas câmeras de segurança e mostra um grupo de mulheres tentando contê-lo. O ataque deu início a uma série de denúncias contra ele por cárcere privado e estupro e também por abuso de poder contra um funcionário do condomínio onde ele mora.

O empresário deixou o Brasil em 4 de setembro, rumo a Dubai, mas negou que tivesse fugido — embora tenha se recusado a entregar o passaporte. No mesmo dia, foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por lesão corporal e corrupção de menores, pois teria estimulado o filho a xingar Helena no dia do ataque na academia. Na época, a defesa de Thiago disse que ele retornaria ao Brasil em 18 de outubro.

A prisão foi decretada pela juíza Érika Soares de Azevedo Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, depois do descumprimento da ordem judicial para entregar o passaporte até 23 de setembro. Ao ser dado como foragido, o empresário teve o nome incluído na lista vermelha da Interpol.

 

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