O país poderia ter evitado 6.379 homicídios, entre 2019 e 2021, se o governo federal não tivesse flexibilizado o uso de armas, revelou um estudo exclusivo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado nesta quinta-feira (29/9), pelo site O Globo.
Junto a isso, o estudo também revela que a criminalidade cresce 1,2% — em latrocínio (roubo seguido de morte) — a cada 1% a mais de pessoas armadas. Já a cada 1% de aumento de armas, a taxa de homicídio cresce 1,1%.
Uma explicação trazida no estudo é que o aumento de circulação de armas se relaciona com a ilegalidade: quanto mais armas, mais delas migrarão para o mercado ilegal — podendo ser por meio de extravios, roubos ou ações premeditadas de seus proprietários.
O pesquisador e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Roberto Uchôa, explica que nas coletas para pesquisa soube de diversas situações em que pessoas tem sido cooptadas para adquirirem armas.
“Na realidade, estamos vendo pessoas sendo aliciadas para se tornarem CACs, para comprar armas para criminosos, CACs comprando armas e alugando para criminosos. Tem, ainda, criminosos se registrando como CACs, porque o Exército não se dá ao trabalho de conferir”, aponta.
Essa semana, o Correio divulgou na matéria “Fuzis são maioria das armas legais nas mãos dos CACs no Brasil” que, sem contar o estoque anterior, os Caçadores Atiradores e Colecionadores (CACs), de 2017 até hoje, somam 772.854 armas, das quais 434.715 fuzis.