O cacique Raoni Metuktire, defensor emblemático da Amazônia, foi submetido a uma cirurgia cardíaca no fim de semana passado por causa de uma arritmia e precisará usar um marcapasso, informou nesta segunda-feira (12) à AFP seu sobrinho-neto, Patxon Metuktire.
Raoni, de 92 anos, "foi operado, teve que colocar um marcapasso e seu coração voltou a bater normalmente. Está tudo bem agora", explicou Patxon, afirmando que seu tio-avô teve alta nesta segunda.
O líder indígena foi internado na quinta-feira (8/9) passada no hospital Dois Pinheiros da cidade de Sinop, Mato Grosso, devido a um mal-estar que durava alguns dias.
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No sábado (10/9), foi submetido à cirurgia e teve colocado um marcapasso, disse seu sobrinho-neto. Por fim, recebeu alta nesta segunda e continuará em "observação" e "acompanhamento" médico fora do hospital.
"Raoni mandou informar que está tudo bem e agradece a quem lhe enviou energia positiva", afirmou Patxon, explicando que o cacique descansa agora em uma unidade de saúde indígena na cidade de Peixoto de Azevedo, no Mato Grosso.
Raoni tinha previsto se apresentar nesta quarta-feira (14/9) ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo (nordeste da França), uma viagem que precisou cancelar devido a seu problema de saúde.
O cacique, famoso internacionalmente e reconhecido por seu grande disco labial - símbolo de um guerreiro disposto a morrer por sua terra - e seu cocar de penas amarelas, denuncia há mais de três décadas as ameaças contra os povos amazônicos por causa do desmatamento.
O líder dos kayapó, uma tribo nômade, continua dando demonstrações de combatividade apesar da idade, especialmente depois que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o poder, em 2019, e o desmatamento voltou a disparar.
Em 2020, Raoni foi hospitalizado duas vezes, uma delas após contrair covid-19. No ano passado, Raoni pediu que o Tribunal Penal Internacional (TPI) investigue Bolsonaro por "crimes contra a humanidade", acusando o presidente de "perseguir" os povos indígenas, destruir seu hábitat e ignorar seus direitos.
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