A Universidade Federal de Minas Gerais recebeu, nessa segunda-feira (5/9), uma amostra da vacina contra o vírus da monkeypox, também conhecida como varíola dos macacos, para começar a desenvolver um imunizante brasileiro contra a doença.
A remessa que chegou ao Centro de Tecnologias em Vacinas da universidade foi doada pelo National Institute of Health (NIH), agência de pesquisa médica norte-americana, por meio de acordo de transferência de material clínico firmado com a Rede Vírus do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
O desenvolvimento do imunizante contra a Monkeypox no país será viabilizado com base em dois frascos do vírus Vaccínia Ankara Modificado (MVA). De acordo com o pesquisador do CTVacinas, professor da UFMG e integrante da CâmaraPox do MCTI, o material que chegou à BH é chamado de "semente".
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"Estamos recebendo uma vacina que foi produzida com o vírus Vaccínia enfraquecido. Devido à semelhança genética desse vírus com o da monkeypox, ela consegue imunizar contra a nova doença, assim como protegeu contra a varíola humana no passado. É o que chamamos de proteção cruzada", diz.
Agora, os pesquisadores darão início ao trabalho que vai possibilitar a multiplicação do imunizante. Como o Brasil nunca produziu uma vacina específica contra esse vírus, Fonseca informa que a equipe do CTVacinas fará ensaios para definir os parâmetros para sua produção. Depois que o centro de pesquisa e tecnologia da UFMG estabelecer esses parâmetros, a fabricação do imunizante ficará a cargo da Bio-Manguinhos, unidade produtora de imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A vacina contra a monkeypox que será replicada no país é destinada a adultos com idade igual ou superior a 18 anos e tem prazo de até 60 meses de validade quando conservada a temperaturas entre -60 a -40°C.
Varíola dos Macacos
Minas Gerais já registrou 308 casos de contaminação pelo vírus da Monkeypox. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, 17 novos casos foram confirmados em três dias.
Até o momento, apenas uma morte em decorrência da doença foi registrada. O homem de 41 anos, era natural de Pará de Minas, na região metropolitana de BH e residia na capital. As idades dos pacientes contaminados variam de 18 a 61 anos e a maioria é do sexo masculino. Até o momento, apenas quatro mulheres foram contaminadas até hoje.