Crime na bahia

PMs atiraram em jovem que matou cadeirante em escola da Bahia

Segundo o delegado responsável pelo caso, os militares não são funcionários do colégio, que é cívico-militar, e estavam à paisana no momento do ataque

Correio Braziliense
postado em 30/09/2022 03:55
 (crédito: Prefeitura de Barreiras / Divulgação)
(crédito: Prefeitura de Barreiras / Divulgação)

Dois policiais que estavam nas proximidades do Colégio Municipal Eurides Sant'Anna, em Barreiras, no oeste da Bahia, foram os responsáveis por atirar contra o adolescente de 14 anos que matou uma colega cadeirante durante um ataque à instituição de ensino. O rapaz segue hospitalizado.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Rivaldo Luz, os militares não são funcionários do colégio, que é cívico-militar, e estavam à paisana no momento do ataque. Eles disseram à polícia que entraram na instituição após escutar os gritos de desespero dos alunos e o barulho dos disparos.

Ainda conforme o depoimento dos PMs, no pátio eles avistaram o rapaz com um revólver calibre 38 e mirando em um aluno. O artefato pertencia ao pai dele, um sargento aposentado. O atirador teria ignorado o aviso dos militares para largar a arma e, em seguida, atirado contra a dupla, que revidou.

Um dos PMs é parente de um aluno matriculado no colégio e o outro mora na vizinhança da escola. Ambos se apresentaram à polícia. O adolescente, atingido por dois disparos, está internado no Hospital Geral do Oeste, em Barreiras.

Até última quarta-feira, o estado de saúde dele era considerado estável e o delegado afirma que aguarda uma melhora para interrogá-lo. Assim que receber alta, o atirador será levado para Salvador, onde ficará em uma unidade para jovens infratores.

Mensagens

A Polícia Civil baiana recebeu de investigadores do Espírito Santo a informação de que o adolescente teria trocado mensagens com um rapaz de 18 anos, que também invadiu a escola onde estudava armado com flechas e facas. A suspeita é que os dois faziam parte de um grupo online dedicado a práticas de ódio. A apuração aponta que o jovem na Bahia via o colega capixaba como uma espécie de "guru".

A família do atirador afirmou à polícia que ele passava muito tempo nas redes sociais e que não controlava o que era acessado pelo jovem. Foi por meio de um perfil fake no Twitter que ele anunciou o ataque horas antes. Também nesta rede social, o rapaz deixou mensagens de ódio contra seus colegas baianos. O atirador é natural do Distrito Federal e não estaria lidando bem com o fato de ter se mudado para a Bahia no início deste ano.

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