INUSITADO

Médica encontra cobra em encomenda que chegou pelos Correios em MG

A cobra foi encontrada dentro de uma caixa que chegou pelos correios. A compra seria para entregar papéis de presente comprados na internet

Jéssica Alves - Especial para o EM
Luiz Fernando Figliagi - Especial para o EM
postado em 27/09/2022 22:52 / atualizado em 27/09/2022 22:52
Foto feita pela médica mostra parte do corpo do réptil para fora da caixa marrom.
Foto feita pela médica mostra parte do corpo do réptil para fora da caixa marrom. "As fotos não estão boas. Eu estava agitada e nervosa", diz a mulher - (crédito: Arquivo Pessoal/Reprodução)

Uma médica encontrou uma cobra-coral dentro de uma encomenda que chegou pelos correios na tarde de segunda-feira (26/9), em Oliveira, município localizado a 150 km de Belo Horizonte. Ao tentar cortar o lacre da embalagem com uma tesoura, Gilma de Fátima percebeu que a cobra estava no pacote.

As imagens foram compartilhadas nesta terça-feira (27/9) com o Estado de Minas. Gilma disse que o fato é horrível e que irá divulgar o máximo possível.

“As fotos não estão boas, eu estava nervosa e agitada”, explica a médica. É possível ver parte do corpo do réptil para fora da caixa marrom.

Nos tons de branco, preto e vermelho, que se assemelham ao de uma cobra-coral, o animal foi colocado dentro de um recipiente e logo em seguida foi solto.

Oferece perigo ou não?

Conforme o biólogo, doutor em zoologia e especialista em répteis, Henrique Costa, a cobra encontrada pela moradora do município de Oliveira não é perigosa.

“É uma falsa-coral e não oferece risco. Existem cerca de 40 espécies de corais-verdadeiras no Brasil e mais ou menos a mesma quantidade de corais-falsas. Como são muitas espécies, cada uma com características diferentes, a diferenciação geralmente não é simples” comenta Costa.


Segundo ele, no caso específico deste registro, a barriga branca da cobra denuncia que ela é falsa. “Nenhuma coral-verdadeira do Brasil tem barriga branca”, explica.

O que fazer

Para o biólogo, é de extrema importância entrar em contato com o órgão responsável, que pode ser Ibama, Polícia Ambiental, Zoonoses e Corpo de Bombeiros.

“Como o animal foi encontrado junto a um pacote enviado pelos Correios ou transportadora, o ideal é a identificação por um especialista para certificar qual a espécie e se ela ocorre naturalmente na região onde a encomenda foi recebida ou postada”, diz.

O especialista ainda ressalta que, por o Brasil ser um país muito grande, a soltura de uma determinada espécie em um local indevido poder gerar um desequilíbrio ambiental.

“E ainda tem o problema das espécies nativas de outros países, mas criadas legal ou ilegalmente como pet. Soltá-las na natureza também é um risco ao meio ambiente”, completa.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação