A vereadora de Belo Horizonte Duda Salabert (PDT) rebateu afirmações de Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, sobre possíveis "fake news" a respeito da mineração na Serra do Curral. A parlamentar, candidata a deputada federal nas eleições de 2022, chamou Zema de "mentiroso".
Mentiroso é você, @RomeuZema !
— Duda Salabert 1212 (@DudaSalabert) September 21, 2022
A cada 3 minutos sai um caminhão com montanha moída ilegalmente da Serra do Curral. Basta ir para ver ! @RomeuZema vc é o maior responsável pela destruição atual da Serra do Curral. pic.twitter.com/OpSSM65p4N
"Mentiroso é você, Romeu Zema! A cada 3 minutos sai um caminhão com montanha moída ilegalmente da Serra do Curral. Basta ir para ver! Romeu Zema você é o maior responsável pela destruição atual da Serra do Curral", escreveu Duda, nas redes sociais, na manhã desta quarta-feira (21/09).
A afirmação de Duda aconteceu quase duas horas após Zema afirmar no Twitter que "a Serra do Curral está protegida graças ao Governo de Minas". Ele também pediu atenção para a população não cair em "fake news".
"Não caia em fake news! A Serra do Curral está protegida graças ao Governo de Minas. O Iepha-MG determinou a proteção provisória via acautelamento da área, que permanece válido. Estamos trabalhando pra realizar o tombamento definitivo, com respaldo legal e sustentável", escreveu o governador.
Antes, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), também se manifestou por conta das afirmações de Zema. O novista tentará reeleição a governador no pleito de 2022 - o primeiro turno será em 2 de outubro.
"Governador, não se trata de fake news! Eu o convido a visitar comigo ainda hoje a Serra do Curral! São estas imagens que o senhor verá. Como Prefeito de BH, solicito que cancele hoje a autorização dada pelo Estado de Minas que permite a mineração no patrimônio dos mineiros", escreveu Fuad.
Entenda
Por volta das 3h da madrugada de 30 de abril deste ano, após 18 horas de reunião, o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovou um pedido de licenciamento da mineradora Taquaril Mineradora S.A. (Tamisa) para exploração da Serra da Curral, em uma área que abrange os municípios de BH, Nova Lima e Sabará. Os três órgãos estaduais votaram a favor do empreendimento.
Desde então, teve início um imbróglio sobre o caso. De um lado, a sociedade civil pressionava para que o cartão-postal de BH não fosse minerado, enquanto o governo mineiro defendia uma mineração tida como responsável.
Começou também uma corrida para tentar tombar a Serra do Curral em âmbito estadual. Após a licença concedida e investidas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para avançar no tema, o Governo de Minas, via Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA), sugeriu o reconhecimento.
Após adiamento de reuniões para tratar do tombamento, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) suspendeu, depois de audiência de conciliação, em 5 de agosto, qualquer ato na Serra do Curral relativo à mineração da Tamisa. Há também críticas, especialmente de deputados estaduais, de que o reconhecimento via governo mineiro não garantiria a proteção da Serra do Curral.
Sem acordo na Justiça, a Prefeitura de BH também acionou, na última sexta-feira (16), o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar acelerar o processo de tombamento, a fim de impedir a atividade minerária. O Governo de Minas, por sua vez, é contra a ação do Executivo belo-horizontino.
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