Tragédia

Naufrágio no Pará: comandante da embarcação é preso em Ananindeua

Homem poderá responder por homicídio doloso por ter saído com barco mesmo após ter recebido aviso de irregularidade e superlotação. A tragédia ocorreu no último dia 8 e deixou 22 mortos

Tainá Andrade
postado em 14/09/2022 18:27 / atualizado em 14/09/2022 18:28
 (crédito:  SESPDS/PARA)
(crédito: SESPDS/PARA)

Comandante do catamarã Dona Lourdes II, Marcos de Souza Oliveira, 34 anos, foi preso pela Polícia Civil do Pará nesta terça-feira (13/9). O homem foi encontrado a 20 km de Belém, em Ananindeua. Ele era procurado pelo naufrágio da embarcação irregular, no trajeto entre a Ilha de Marajó e Belém. A tragédia ocorreu no último dia 8 e deixou 22 mortos.

Marcos deverá ser interrogado ainda pela Marinha do Brasil, que investiga o caso. A mãe do comandante também terá que esclarecer questionamentos sobre o episódio. O piloto pode responder por homicídio doloso, por ter saído com a embarcação mesmo após a Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do estado (Arcon) ter notificado, no dia 3 de agosto, as irregularidades no barco.

A confirmação sobre a notificação foi comentada pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), que, por meio das redes sociais, esclareceu que a agência teria informado à Capitania dos Portos sobre as irregularidades com os transportes fluviais da empresa. 

"No dia 3 de agosto, a Arcon relatou à Capitania dos Portos a operação irregular da embarcação Clícia x Expresso, da mesma empresa da embarcação acidentada, a qual foi inspecionada e apreendida. A agência realiza fiscalizações diariamente nos portos autorizados em todo o estado, inspecionando documentação, itens de segurança e capacidade de lotação", escreveu.

Os órgãos envolvidos na operação, Corpo de Bombeiros e Marinha, contabilizaram 65 pessoas resgatadas vivas e 22 mortas até hoje; as buscas continuam. Além das irregularidades na embarcação, já é confirmado que o catamarã estava com superlotação, porque a capacidade era de 82 pessoas. 

Familiares podem procurar pelo Grupamento Fluvial (Gflu), onde serão atendidos por uma equipe multidisciplinar com informações sobre os desaparecidos, assistência psicossocial ou qualquer outro serviço necessário ou urgente. 

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