Violência

Rio de Janeiro: área controlada por milícias cresce 387% em 16 anos

Levantamento divulgado nesta terça-feira (13/9) aponta que 49,9% das áreas dominadas por algum grupo armado na região metropolitana do Rio estão nas mãos das milícias

João Gabriel Freitas*
postado em 13/09/2022 14:37 / atualizado em 13/09/2022 14:37
Além do crescimento de milícias, foi observado também o crescimento das áreas da região metropolitana sob o controle de grupos armados diversos -  (crédito: Mauro Pimentel/AFP)
Além do crescimento de milícias, foi observado também o crescimento das áreas da região metropolitana sob o controle de grupos armados diversos - (crédito: Mauro Pimentel/AFP)

A área de influência das milícias na Região Metropolitana do Rio de Janeiro cresceu 387,3%, de 52,60 km² para 256,28 km². Isso significa que 10,0% do Grande Rio está sob domínio desse tipo de grupo. Os dados são do Mapa dos Grupos Armados, estudo do Instituto Fogo Cruzado em parceria com o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos, da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF), lançado nesta terça-feira (13/9).

Além do crescimento de milícias, foi observado também o crescimento das áreas da região metropolitana sob o controle de grupos armados diversos. No início da pesquisa, 8,7% da área urbana habitada da Região Metropolitana estavam sob o controle armado. Os últimos números registraram mais do que o dobro de área sob o domínio de algum grupo armado, 20,0%.

Entre as organizações criminosas conhecidas, a facção Comando Vermelho controla a maior concentração populacional, com 2.042.780 de habitantes. O grupo expandiu sua região de influência em 58,8%, de 130,26 km² para 206,83 km. No entanto, mesmo com altas, houve uma redução de 31,2% na participação do CV sobre o total das áreas controladas — em 2006 era de 58,6% e passou para 40,3%.

Nesse sentido, segundo relatório do Instituto Fogo Cruzado, as milícias são as principais responsáveis por esse aumento do domínio de grupos armados. “A análise da série histórica permite constatar que a maior parte da expansão das milícias ocorreu por incorporação de áreas onde antes não havia controle territorial algum e não por meio da conquista de espaços controlados por outros grupos”, explica o estudo.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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