ELEIÇÕES 2022

Ex-secretário de Polícia Civil do RJ é preso em ação do MP

Ele havia se afastado do cargo para tentar uma cadeira na Câmara dos Deputados, nas eleições de outubro, pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro

Correio Braziliense
postado em 10/09/2022 03:30
 (crédito: Reprodução redes sociais)
(crédito: Reprodução redes sociais)

O ex-secretário de Polícia Civil do Rio Allan Turnowski foi preso, na sexta-feira (9/9), em uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). O delegado é investigado por organização criminosa e envolvimento com o jogo do bicho. Ele havia se afastado do cargo para tentar uma cadeira na Câmara dos Deputados, nas eleições de outubro, pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Outro policial, o ex-diretor da Divisão de Homicídios, Antonio Ricardo, candidato a deputado estadual, foi alvo de busca e apreensão na mesma ação.

Turnowski foi preso em casa. Os mandados foram pedidos pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MP fluminense. Os mandados foram expedidos pelo juiz Bruno Rulière, da 1ª Vara Criminal Especializada. O ex-secretário foi detido em consequência das investigações sobre o delegado Maurício Demétrio, preso desde o ano passado, acusado de corrupção e investigado por suspeita de forjar operações para incriminar adversários.

"Por enquanto, ele está sendo investigado, e vamos apurar os fatos que estão sendo imputados. É muito suspeito, em época de eleição, já que está vindo a deputado, aparecer uma busca e apreensão na casa dele, onde nada de ilícito foi encontrado", diz a advogada Adriana Gláucio, que defende o ex-delegado.

Turnowski chefiou a Polícia Civil fluminense pela primeira vez entre 2010 e 2011, no governo de Sérgio Cabral, quando a corporação era subordinada à Secretaria de Segurança. Ele deixou o cargo por causa da investigação da Polícia Federal (PF) sobre o suposto vazamento de uma operação. O inquérito foi arquivado por falta de provas e o delegado alegou inocência.

Em 2020, Turnowski voltou ao cargo, mas elevado à condição de secretário. A pasta foi extinta no governo de Wilson Witzel, e as polícias Civil e Militar viraram secretarias independentes.

Jacarezinho

Foi na administração de Turnowski que aconteceu a chacina do Jacarezinho, quando 28 pessoas foram mortas numa ação da Polícia Civil. O então secretário sempre defendeu a ação, apesar da determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de restringir as operações nas favelas no Rio durante a pandemia — tanto que o número de ações da polícia aumentou entre 2020 e 2021.

No feriado do 7 de Setembro, Turnowski participou dos atos bolsonaristas na Praia de Copacabana. Tanto que nas redes sociais ele aparece ao lado do presidente da República e do governador Cláudio Castro (PL) pedindo votos para tentar uma cadeira de deputado federal.

 


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