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Hino nacional cantado por indígenas divide opiniões na internet

Perfis se indignam com a versão, alegando insensibilidade ao colocar os povos indígenas que foram oprimidos para cantar o hino do colonizador

Mannu Gomes
postado em 07/09/2022 12:56
 (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
(crédito: Reprodução/Redes Sociais)

Uma versão do hino nacional brasileiro cantado por idiomas indígenas viraliza no Twitter e causa conflito entre os usuários da rede social. Na publicação original, a legenda do jornalista Tom Phillips, correspondente do The Guardian, declara que é “impossível imaginar uma versão mais linda”, mas outros perfis discordam e relembram o período da colonização.

Foi a partir de uma repostagem da escritora e também jornalista Lívia Lamblet que o conteúdo, publicado inicialmente pelo inglês Tom Phillips, se espalhou. A publicação conta com mais de 560 mil visualizações e 39,1 mil curtidas, entretanto, as opiniões nos comentários se dividiram.

Assim como Tom, Lívia descreve o vídeo como o "mais bonito” da semana, mas outros perfis se indignaram com a versão, alegando insensibilidade ao colocar os povos indígenas que foram oprimidos no período colonial para reproduzir o hino dos colonizadores.

"Não faz o menor sentido essa campanha com hino nacional cantado por povos originários. Se era sobre a voz da Amazônia, que fossem músicas indígenas e não música de colonizador”, questiona um perfil.

Outro usuário apoia o discurso, afirmando que, para ele, a versão não faz sentido e cita o trecho do hino onde é cantado “Paz no futuro e GLÓRIA NO PASSADO” para atestar seu ponto de vista.

 A jornalista contra-argumenta as considerações dos usuários, afirmando que o conteúdo se trata de uma “ressignificação”.

“Várias pessoas questionaram o hino cantado em línguas indígenas. Entretanto, o Brasil é um país que tem por projeto eliminar a população não branca. Utilizar a melodia para mostrar que eles também vivem aqui é um puta ato de resistência.”, justifica Lívia Lamblet.

 Dia da Amazônia

O vídeo foi produzido originalmente pelo grupo ativista Gabinete dos Bichos para celebrar o Dia da Amazônia — 5 de setembro — com o objetivo de alertar sobre os riscos da degradação na floresta.

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