Uma versão do hino nacional brasileiro cantado por idiomas indígenas viraliza no Twitter e causa conflito entre os usuários da rede social. Na publicação original, a legenda do jornalista Tom Phillips, correspondente do The Guardian, declara que é “impossível imaginar uma versão mais linda”, mas outros perfis discordam e relembram o período da colonização.
Foi a partir de uma repostagem da escritora e também jornalista Lívia Lamblet que o conteúdo, publicado inicialmente pelo inglês Tom Phillips, se espalhou. A publicação conta com mais de 560 mil visualizações e 39,1 mil curtidas, entretanto, as opiniões nos comentários se dividiram.
O Hino Nacional Brasileiro cantado em idiomas indígenas é o vídeo mais bonito que você vai ver esta semana. pic.twitter.com/HRN39D5yfn
— Lívia Lamblet | podcast Criador & Criatura?????????? (@livialamblet) September 5, 2022
Assim como Tom, Lívia descreve o vídeo como o "mais bonito” da semana, mas outros perfis se indignaram com a versão, alegando insensibilidade ao colocar os povos indígenas que foram oprimidos no período colonial para reproduzir o hino dos colonizadores.
Saiba Mais
"Não faz o menor sentido essa campanha com hino nacional cantado por povos originários. Se era sobre a voz da Amazônia, que fossem músicas indígenas e não música de colonizador”, questiona um perfil.
O Hino Nacional Brasileiro cantado em idiomas indígenas é o vídeo mais bonito que você vai ver esta semana. pic.twitter.com/HRN39D5yfn
— Lívia Lamblet | podcast Criador & Criatura?????????? (@livialamblet) September 5, 2022
Outro usuário apoia o discurso, afirmando que, para ele, a versão não faz sentido e cita o trecho do hino onde é cantado “Paz no futuro e GLÓRIA NO PASSADO” para atestar seu ponto de vista.
Zero sentindo colocar os povos indígenas que foram massacrados pelos colonizadores e sofrem até hoje para cantar a musica que a letra literalmente é:
— Elle? ???? W?²'z (@NogueiraGizelle) September 6, 2022
E diga o verde-louro dessa flâmula
Paz no futuro e GLÓRIA NO PASSADO .
A jornalista contra-argumenta as considerações dos usuários, afirmando que o conteúdo se trata de uma “ressignificação”.
“Várias pessoas questionaram o hino cantado em línguas indígenas. Entretanto, o Brasil é um país que tem por projeto eliminar a população não branca. Utilizar a melodia para mostrar que eles também vivem aqui é um puta ato de resistência.”, justifica Lívia Lamblet.
A beleza da arte é a ressignificação.
— Lívia Lamblet | podcast Criador & Criatura?????????? (@livialamblet) September 6, 2022
Várias pessoas questionaram o hino cantado em línguas indígenas.
Entretanto, o Brasil é um país que tem por projeto eliminar a população não branca.
Utilizar a melodia para mostrar que eles também vivem aqui é um puta ato de resistência.
Dia da Amazônia
O vídeo foi produzido originalmente pelo grupo ativista Gabinete dos Bichos para celebrar o Dia da Amazônia — 5 de setembro — com o objetivo de alertar sobre os riscos da degradação na floresta.
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