Pistoleiros avançaram sobre a Aldeia Nova no Território Indígena Barra Velha no início da noite desta terça-feira (6/9). Homens armados invadiram a casa do cacique, que não estava no local. Ele havia desaparecido na mata.
Por volta das 19h35 das vésperas da celebração do bicentenário da Independência do Brasil, pistoleiros cercaram a Aldeia Nova no Território Indígena Barra Velha. Homens chegaram atirando contra os indígenas, que precisaram fugir do local.
Eles chegaram a invadir a casa do cacique Jovino, mas como não o encontraram tentaram colocar fogo no local. Os homens da aldeia precisaram se infiltrar nas matas ao redor. Cerca de três horas após o início dos ataques, mulheres e crianças conseguiram se refugiar em um espaço coletivo mais afastado. Até as 7h da manhã de hoje, o líder da Aldeia Nova ainda não havia sido localizado.
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Em áudios que circulam no WhatsApp, os indígenas tentam alertar pessoas fora da aldeia sobre o ataque. "Informações urgentes. Ataques de pistoleiros aqui na nossa comunidade. Atenção todo mundo. Se preparem", alertam em um áudio. "Os caras acabaram de arrombar lá em casa, tentaram tocar fogo na casa", diz outro morador em áudio, com uma voz ofegante.
No último domingo (4/9), um jovem de 14 anos foi morto em um ataque na terra indígena Comexatibá Cahy Pequi, que embora também seja no Território Indígena Barra Velha, fica a cerca de 15km da Aldeia Nova.
Protesto
Na manhã desta quarta-feira (7/9), indígenas da Aldeia Boca da Mata, localizada também no Território Indígena Barra Velha, fizeram uma manifestação pela defesa dos povos indígenas que estão sendo atacados.
“Estamos fazendo esse manifesto aqui em prol da defesa dos povos indígenas que estão sendo atacados nas madrugadas, onde os milicianos da região, do extremo sul da Bahia, estão atacando covardemente, colocando as famílias para dormir no mato”, diz trecho de um vídeo divulgado.
“Pedimos socorro nesse momento para o nosso povo pataxó. Pedimos respeito pelo nosso povo pataxó. Que os direitos humanos não deixem o nosso povo só. Que não deixem nosso povo ser dizimado mais uma vez”, pedem os indígenas.
“Pedimos mais consideração com os povos originários. Que os latifundiários, os grileiros de terra, que se retirem das nossas terras, porque elas pertencem aos povos indígenas. Se eles compraram, trocaram ou venderam, nós não temos culpa disso. Deixem nossas terras em paz”, pedem em um segundo vídeo.
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