Com o objetivo de eliminar, até novembro deste ano, o surto de sarampo no Amapá, no Pará, no Rio de Janeiro e em São Paulo, o Ministério da Saúde apresentou, ontem, um plano de ação para enfrentamento da doença — que já esteve erradicada no Brasil, como reconheceu a Organização Mundial da Saúde (OMS), que em 2016 deu ao país a certificação de eliminação do vírus. A pasta pretende reforçar a vacinação e traçou duas frentes de atuação: uma para os locais com surto e outra para os sem surto ativo.
As vacinas serão disponibilizadas e oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os quatro estados que são o principal alvo do plano notificaram 44 casos da doença este ano — em 10 municípios —, mas a campanha segue até novembro de 2023 a fim de que o país possa recuperar o certificado de que está livre do sarampo — perdido em 2019. Há, ainda, 295 casos em investigação.
Em 2015, foram confirmados 214 registros de sarampo no Brasil e tanto em 2016 quanto em 2017 não foram detectadas novas infecções. Porém, a cobertura vacinal da tríplice viral — que imuniza também contra caxumba e rubéola — vem caindo gradativamente e, em 2018, confirmaram-se 9.325 casos e 12 mortes por sarampo. No ano seguinte, houve uma disparada: 20.901 episódios da doença.
Outra constatação de que o Brasil foi abandonando a vacinação é que de 100% de cobertura da primeira dose em 2014, desabou para 79,7% em 2020 — quando foram confirmados 8.448 casos de sarampo. Nas Américas, em 2018, foram confirmados 16.842 de infecção. No ano seguinte, dos 23.269 casos registrados, 90% ocorreram no Brasil.
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Baixa adesão
Entre 2017 e 2021, as coberturas vacinais para tríplice viral tanto para a primeira quanto para a segunda dose apresentam baixa de adesão. Por isso, estará na campanha do ministério para as crianças e adolescentes menores de 15 anos que precisem atualizar o esquema de imunização.
O sarampo é uma doença altamente contagiosa e os sintomas mais comuns são: febre, tosse persistente, irritação nos olhos, secreção nasal e manchas vermelhas pelo corpo. A transmissão ocorre de pessoa para pessoa por via respiratória, por meio de tosse, espirro, fala e respiração.
A doença pode levar a pessoa a desenvolver uma infecção nos ouvidos, pneumonia, convulsões, lesão cerebral até, nos casos mais graves, provocar a morte. A vacina é ofertada a partir dos 12 meses de idade e faz parte da campanha contra a poliomielite e multivacinação — que segue até 9 de setembro, mas continua sendo oferecida nos postos de saúde durante todo o ano.
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