Ministério da Saúde lança plano de combate ao sarampo com ações até novembro

A prioridade da pasta é acabar, até o fim de novembro, com os surtos ativos da doença em quatro estados — Amapá, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo

Tainá Andrade

postado em 02/09/2022 17:35

(crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O Ministério da Saúde lançou, nesta sexta-feira (2/9), o plano de ação para enfrentamento ao sarampo, com prioridade de eliminar até novembro o surto da doença em quatro estados — Amapá, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo. A pasta sugere também o reforço da vacinação em todo o território nacional, principalmente para doenças que anteriormente já foram erradicadas do país, como a poliomielite.

O plano prevê duas frentes de atuação, uma para os locais com surto e outra para os sem surto ativo. A ideia é envolver as esferas federais, estaduais e municipais para assumirem responsabilidades com a vigilância epidemiológica, atenção à saúde e estratégias de vacinação.

A vigilância laboratorial será um componente estratégico. No documento, é citado que a comunicação entre laboratórios, vigilância epidemiológica local e imunização será feita por meio do encaminhamento mensal de relatórios de solicitações e resultados de exames.

Poliomielite e multivacinação

O ministério providenciará que as vacinas, que serão disponibilizadas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sejam disponibilizadas até o dia 9 de setembro, em mais de 38 mil postos abertos para a Campanha de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação.

Um dos objetivos do plano é garantir que o Brasil receba novamente o certificado de eliminação do sarampo, concedido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) — que foi perdido em 2019, três anos depois de ter sido concedido ao país.

Em 2018, foram confirmados 16.842 casos de sarampo na Região das Américas; no Brasil foram registrados 9.325 casos e 12 óbitos. No ano seguinte, o sarampo teve um salto significante: dos 23.269 casos registrados na Região das Américas, 20.901 (90%) ocorreram no Brasil. A partir de então, houve uma desaceleração de casos. Em 2020 foram 8.100, e em 2021 contabilizaram 676. Este ano há registro de 44 casos em 10 municípios.

Foi detectado ainda que, entre 2017 e 2021, as coberturas vacinais para tríplice viral — imunizante que protege contra sarampo, caxumba e rubéola —, tanto para a primeira, quanto para a segunda dose, apresentam baixa de adesão no país. Por isso, ela estará na campanha do ministério para as crianças e adolescentes menores de 15 anos que precisam atualizar o esquema vacinal.

As ações serão executadas até dezembro deste ano, mas a ideia é que a manutenção para a eliminação total do sarampo seja concluída até novembro do próximo ano.