A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) protocolou, nesta terça-feira (23/8), o pedido para a análise da vacina contra a varíola do macaco — com a dispensa do registro — que tem sido negociada entre o Ministério da Saúde e laboratório dinamarquês Bavarian Nordic, via Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A previsão, de acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, é que cheguem ao todo três remessas totalizando 50 mil doses.
O embasamento para a análise será as diretrizes regulatórias estabelecidas na Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa, a RDC nº 747. Serão verificados se características da vacina são compatíveis com autoridades reguladoras estrangeiras equivalentes à Anvisa (AREE).
Serão analisados quesitos como fabricante, concentração, forma farmacêutica, indicações, contraindicações, posologia, população alvo, via de administração e modo de uso. Essa etapa será feita pela Comissão Técnica da Emergência Monkeypox, criada pela agência, e só depois passará à diretoria colegiada.
A quantidade de vacinas encomendadas não chega a ser o suficiente para uma campanha de imunização em massa, por isso já foi estabelecido pelo Ministério que o grupo prioritário será o de profissionais de saúde que tiverem contato direto com a varíola.
Por esse motivo, o ministro informou que os imunizantes “não irão controlar o surto” e que medicamentos contra a doença são, na verdade, “uma complementação à prevenção”. O fundamental, de acordo com ele, “é o repasse de informações corretas”.
O Brasil é atualmente o terceiro país com a maior quantidade de casos no mundo. São mais de três mil registros da doença em território nacional, com o epicentro ocorrendo em São Paulo.