Uma criança morreu, ontem, depois de passar quase 20 horas presa em um buraco, a 6 metros de profundidade, em Carmo do Paranaíba, no Triângulo Mineiro. Pedro Augusto Ferreira Alves, de 8 anos, chegou a ser socorrido pelo Corpo Militar de Bombeiros de Minas Gerais, após uma delicada operação de resgate que durou mais de 16 horas. Ele brincava em um terreno perto da casa em que morava quando sofreu o acidente.
A informação da morte foi confirmada pela prefeitura de Carmo do Paranaíba, na manhã de ontem, logo após o menino dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. Os profissionais de saúde tentaram reanimar Pedro Augusto, mas ele não resistiu.
Segundo o Corpo de Bombeiros, que comandou a operação de resgate, o menino foi retirado do buraco por volta das 9h45, quando já apresentava sinais de inconsciência. Ele ainda sofreu uma parada cardiorrespiratória no momento em que recebia os primeiros socorros. Durante a operação, que atravessou a noite, Pedro Augusto se manteve consciente e foi alimentado e hidratado, segundo relatos dos bombeiros.
A mãe da criança, Paloma Barbosa, que passou a noite em vigília acompanhando o trabalho dos socorristas, disse que Pedro Augusto costumava brincar no terreno. Segundo ela, no domingo, ele foi até o local, que está em obras, com uma prima. Ela disse que o menino "escorregou" no buraco.
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Risco de desabar
O resgate foi considerado pelos bombeiros como um procedimento "meticuloso", uma vez que, por se tratar de um aterro, havia risco de desabamento de terra. Na operação, foram destacados 21 bombeiros, divididos em três frentes: uma para verificar a segurança do local e da criança; outra para manter contato com Pedro Augusto; e a terceira, para executar a escavação manual horizontal.
Primeiro, os militares tentaram retirar Pedro Augusto por meio da técnica de içamento, mas a criança estava com a perna presa no buraco, o que impossibilitou sua retirada por completo. Depois que constaram o perigo de desabamento, que poderia soterrar a criança, os bombeiros optaram por escavar outro buraco paralelamente ao primeiro.
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais suspeita que a obra que estava sendo tocada no terreno não contava com as devidas sinalizações e proteções. A corporação não tem sede própria em Carmo do Paranaíba, na região do Alto Paranaíba. A cidade tem cerca de 30 mil habitantes e fica a, aproximadamente, 50 km de Patos de Minas, município de referência para a região.