O estudante Guilherme Alves Costa, 18 anos, foi condenado, nesta segunda-feira (8/8), a 14 anos de prisão pela Justiça de São Paulo, por matar a gamer Ingrid Oliveira Bueno da Silva, 19 anos, conhecida como Sol, há um ano.
Guilherme Alves Costa foi a júri popular pelo assassinato de Ingrid, ocorrido em 22 de fevereiro de 2021. Ela foi morta na casa do réu, em Pirituba, na Zona Norte de São Paulo. A sentença foi dada pela juíza Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreiro, após a maioria do corpo de jurados votarem pela condenação.
O réu foi condenado pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel. De acordo com a acusação, ele tentou "degolar a vítima".
"Deixo de conceder a ele o direito de recorrer em liberdade. As razões que levaram à decretação de sua custódia cautelar persistem, ora reforçadas pela condenação", escreveu a juíza na decisão. Ele, que já estava detido, será mantido preso.
A magistrada recomendou ainda o acompanhamento psiquiátrico durante a detenção. "Oficie-se à prisão onde está custodiado, com a recomendação de que o condenado seja submetido a acompanhamento médico psiquiátrico no curso do cumprimento da pena", pontuo.
O julgamento foi adiado duas vezes. A primeira em março, após a defesa incluir documentos ao processo que ainda não haviam sido analisados antes pelo Ministério Público (MP). A segunda em maio, por falta de testemunhas.
Saiba Mais
Conhecido no meio dos games como Flash Asmodeus, Guilherme chegou a gravar um vídeo confessando o assassinato e compartilhou as imagens nas redes sociais, mas nunca explicou a motivação do crime. Ele foi preso em seguida pela Polícia Civil, após se entregar em uma delegacia, e permanece preso desde então.
"Eu quis fazer isso", disse o estudante em uma filmagem feita pelos policiais que o prenderam em flagrante.
Ele e a vítima se conheceram durante partidas online de Call of Duty: Mobile, um jogo de tiro para celulares. Sol jogava profissionalmente.
O crime
Ingrid, mais conhecida como 'Sol', foi encontrada caída no chão na casa do suspeito, Guilherme Alves Costa. A polícia e o Corpo de Bombeiros chegaram a ir ao local, mas a jovem estava sem vida. Guilherme se entregou à polícia na mesma tarde e confessou o crime.
Segundo o boletim de ocorrência, Ingrid levou facadas no corpo e pescoço, e havia vestígios de tentativa de decapitação. O corpo da jovem foi encontrado pelo irmão de Guilherme. A família não soube informar se os dois tinham um caso.
Após o ato, Guilherme publicou vídeos do ataque à Ingrid nas redes sociais, e fugiu do local para, segundo a família, tirar a própria vida. O irmão o teria convencido a se entregar às autoridades.
Em depoimento, o jovem afirmou ter adquirido armas brancas e um revólver — que não foi encontrado. Ele também disse ter escrito um livro em que explica a motivação, e que a vítima "atravessou o caminho". Guilherme ainda teria dito planejar um ataque contra o cristianismo. Uma cópia do conteúdo escrito pelo jovem foi entregue às autoridades e anexo ao inquérito.
Nele, o assassino afirmava que "planejava um ataque contra o cristianismo e que seria um soldado de um exército, tendo ainda asseverado que a vítima teria atrapalhado seu caminho, o que, em tese, acena para a possibilidade de envolver um plano para atingir outras pessoas".