O modelo Bruno Krupp, 25 anos, foi preso preventivamente nesta quarta-feira (3/8) pelo atropelamento que matou o estudante João Gabriel Cardim Guimarães no último sábado, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Policiais da 16ª DP surpreenderam o Bruno em um hospital particular no Méier, Zona Norte do Rio, onde está internado.
A juíza Maria Isabel Pena Pieranti, do plantão judicial do Tribunal de Justiça do Rio, foi quem expediu o mandado de prisão, afirmando que ele "não é um novato nas sendas do crime" e que a liberdade dele "comprometeria a ordem pública, sendo a sua constrição imprescindível para evitar o cometimento de crimes de idêntica natureza, podendo-se dizer que a medida visa também resguardar a sociedade de condutas que ele possa vir a praticar".
A decisão mencionou ainda que Bruno foi parado por agentes da Lei Seca três dias antes do acidente, mas que a ação não surtiu o efeito didático.
Saiba Mais
“(…) tenho que a liberdade do indiciado compromete sobremaneira a ordem pública, sendo a sua constrição imprescindível para evitar o cometimento de crimes de idêntica natureza, podendo-se dizer que a medida ora decretada visa, também, resguardar a sociedade de condutas outras análogas que o Representado possa vir a praticar. A situação por ele vivida três dias antes, ao ser parado em uma blitz, não foi suficiente para alertar-lhe dos riscos de direção perigosa e em contrariedade ao que dispõe a lei e o bom-senso. Em outras palavras: não foi o bastante que tivesse sido parado pelos agentes da Lei Seca. Ser pego na situação já descrita não teve qualquer efeito didático. Ao contrário, adotou conduta mais ainda letal, acabando por tirar a vida de um jovem que estava acompanhado de sua mãe, ressaltando-se que Bruno não é um novato nas sendas do crime”, escreveu a juíza.
O delegado Aloysio Berardo Falcão de Paula Lopes, adjunto da 16ª DP (Barra da Tijuca), afirmou, no pedido de prisão, que o Relatório de Vida Pregressa de Bruno Krupp aponta outras passagens policiais por estupro e estelionato, "razão pela qual se faz necessária a segregação cautelar, por meio de expedição de mando de prisão preventiva, visando garantir a ordem".
O modelo estava sendo investigado por lesão corporal culposa provocada por atropelamento e falta de habilitação e proibição de dirigir veículo automotor. Contudo, com a morte da vítima após dar entrada no Hospital Municipal Lourenço Jorge, o registro foi aditado para homicídio doloso.
Câmeras de segurança de um quiosque registraram o momento em que Bruno Krupp passa em alta velocidade em uma moto sem placa. Nas imagens pode-se notar alguns frequentadores do local se assustando com a batida.
O Corpo de Bombeiros foi acionado no último sábado (30/7), às 22h55, assim como policiais militares do 31º BPM. Ao chegar ao local, eles constataram que João Gabriel teve a perna esquerda amputada em consequência do atropelamento, enquanto Bruno Krupp sofreu escoriações. Ambos foram encaminhados para o hospital em ambulâncias.
Uma testemunha do caso relatou que estava dirigindo seu automóvel quando "foi surpreendido por uma motocicleta trafegando entre os carros, em alta velocidade e fazendo barulhos com o acelerador", em seguida atingindo João Gabriel.
A testemunha disse, ainda, que parou o veículo imediatamente, ligando o pisca-alerta, "quando identificou uma pessoa caída na pista, visivelmente machucada, tentando se levantar com ajuda das duas mãos, já sem uma das pernas, que parecia haver sido decepada por completo na altura do quadril".
De acordo com o depoimento prestado por um dos policiais que atendeu a ocorrência, Bruno Krupp não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e o local do acidente não foi preservado. A moto que ele pilotava foi apreendida e levada à delegacia.