A Lei de Cotas, que completa 10 anos em 2022, possibilitou a vários jovens e adultos brasileiros o acesso às universidades brasileiras. Ela foi aprovada e sancionada pelo Congresso em 2012 e, com isso, obrigou universidades a reservar metade de suas vagas para estudantes de escolas públicas e de baixa renda. Um desses estudantes foi Gil do Virgor, economista e ex-BBB, que disse, em reportagem do Fantástico do último domingo (21/8), ser "cotista com muito orgulho".
Gil do Vigor conta que quando começaram as aulas, já percebeu a diferença entre sua vida e a de seus colegas. "As pessoas da minha sala eram homens e mulheres muito bonitos e muito bem arrumados, e eu pegava dois ônibus lotados, não tinha perfume que durasse", lembra.
No começo, disse ao Fantástico, ele imaginou que não daria conta, pois não se sentia parte daquele ambiente. "Eu não me sentia parte daquilo, eu não achava que eu conseguiria conviver com aquelas pessoas, mas ao mesmo tempo, eu não permiti que esse sentimento tomasse conta de mim", disse.
Para aprimorar ainda mais o sistema de cotas, o recorte para pretos, pardos e indígenas - cota racial - e para pessoas com deficiência foi introduzido em 2016.
Gil se formou em 2016 na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e hoje reconhece que ele e outras pessoas do seu círculo social "precisam do sistema de cotas para acreditar em si mesmos". Agora, após o BBB 2021, Gil está fazendo doutorado em economia em Davis, na Califórnia (EUA).
*estagiária sob supervisão do subeditor Juliano Paiva
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