Meio ambiente

Ambientalistas turcos fazem vigília contra porta-aviões brasileiro contaminado

Navio carregado de amianto segue rumo à Turquia mesmo com uma ordem judicial para retornar. Ambientalistas tentam fazer com que entidades internacionais interceptem porta-aviões brasileiro

Tainá Andrade
postado em 18/08/2022 16:33 / atualizado em 18/08/2022 16:34
 (crédito: Reprodução / US Marine)
(crédito: Reprodução / US Marine)

Em um protesto organizado pela Plataforma Ambiental Aliaa (ALÇEP), ambientalistas turcos tentam deter a chegada do porta-aviões São Paulo no país. O motivo: o navio está carregado de amianto. A embarcação está prevista para chegar no país no dia 9 de setembro.

"Não vamos deixar este navio entrar nas águas territoriais do nosso país e não vamos permitir que ele seja desmantelado. O povo, não a capital, vai ganhar; nossa luta pelo meio ambiente, nossa luta pela vida vencerá", afirmou um dos organizadores da plataforma ao ler um manifesto, na Praça da Democracia, em Esmirna, no primeiro dia de vigília.

Trajetória

O transporte fluvial saiu do Brasil há uma semana e segue até Esmirna, na Turquia. O objetivo da viagem é que o navio seja desmantelado no estaleiro Sok Denizcilikve Tic, especializado no serviço. Ele foi adquirido há um ano em um leilão pela empresa, por R$ 10,5 milhões.

A ida do porta-aviões está autorizada pelo Ministério do Meio Ambiente, Urbanização e Mudanças Climáticas turco, de acordo com a imprensa do país. A última informação disponibilizada pela marinha brasileira é de que o navio estava localizado na costa brasileira, entre o Espírito Santo e a Bahia, após ter saído do cais do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ).

Ainda no país, a justiça brasileira foi acionada para conter a viagem, o que foi autorizado. A ordem do juiz Wilney Magno de Azevedo foi de que fossem feitas "diligências de interceptação da embarcação". Pedia ainda que se enviassem esforços para localização, interceptação e retorno do navio à Baía de Guanabara.

Com a saída da embarcação, os ambientalistas mudaram a estratégia e acionaram entidades internacionais, como a Interpol e as embaixadas da Turquia, da Holanda e das Ilhas Marshall.

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