SÃO PAULO

"Cacos de vidro no meu lábio", diz homem com varíola do macaco

João Pinheiro foi diagnosticado com varíola do macaco. Ele relatou que sentiu dores intensas e constantes, que descreveu como "vários cacos de vidro no lábio e um alicate apertando eles".

Aline Gouveia
postado em 18/08/2022 14:52
 (crédito: Reprodução/Twitter/@joaotweep)
(crédito: Reprodução/Twitter/@joaotweep)

O advogado João Pinheiro, morador de São Paulo, usou as redes sociais na terça-feira (16/6) para relatar os sintomas da varíola do macaco. Ele conta que começou sentindo cansaço, e que atribuiu à temperatura de onde estava. Depois, uma ferida parecida com afta surgiu na boca de João. "A suposta afta não melhorava e foi ficando num formato mais regular e espesso. No terceiro dia, começou uma febre leve e dores nas articulações", contou o advogado ao Correio.

Após o terceiro dia de sintomas, João foi ao hospital e realizou o teste. O resultado veio depois de 24h e confirmou o diagnóstico de varíola do macaco. "Passei o final de semana com dores intensas e constantes, na segunda-feira resolvi procurar outro hospital, onde os médicos estavam bem mais preparados e dispostos a ouvirem as minhas queixas. Eles então sugeriram a internação e foi a melhor escolha. O tratamento é basicamente amenizar os sintomas, que no meu caso é exclusivamente a dor muito intensa na ferida da boca, uma dor neuropática que me impede de raciocinar até", disse.

 

O advogado descreve a dor da ferida na boca como "vários cacos de vidro no lábio e um alicate apertando eles". Outras lesões também surgiram em partes do corpo de João, como mãos e rosto. "Essas feridas não doem, coçam igual uma picada de pernilongo. Tive algumas no rosto mas já saíram e não deixaram marcas. Porém a ferida da boca valeu por todas as outras que eu poderia ter tido. Os médicos dizem que por ser numa mucosa, as coisas ficam mais difíceis", relatou.

Na décima segunda semana de sintomas, João diz que a ferida na boca está menos inflamada, mas ainda sente dores. Ele deve permanecer internado até ter condições de tratar os sintomas com analgésicos leves em casa. "A maioria dos casos não são como está sendo o meu, então sem pânico, gente. Eu acredito que quanto mais informados estamos, melhor lidamos com as coisas", disse o advogado no Twitter.

Cenário brasileiro

De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, há 3.350 casos confirmados da doença no país e outros 4.090 sob suspeita. Após o contato com alguém infectado, o período de incubação do vírus varia de 3 a 15 dias. Um dos principais sintomas da doença são as lesões que se espalham pelo corpo. Em geral, o quadro dura cerca de 21 dias. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda medidas não farmacológicas como o uso de máscaras, distanciamento e higienização das mãos para tentar conter a disseminação da doença.

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