São Paulo

Juiz é acusado de assédio sexual dentro de fórum e nas redes sociais

Magistrado é acusado por 10 mulheres; Conselho Nacional de Justiça e Tribunal Regional Federal investigam o caso

Mariana Albuquerque*
postado em 15/08/2022 16:26 / atualizado em 16/08/2022 16:11
 (crédito: Reprodução )
(crédito: Reprodução )

O juiz do trabalho de São Paulo, Marcos Scalercio, que também é professor em curso preparatório para concurso público, foi denunciado por assédio sexual por ao menos 10 mulheres entre 2014 e 2020. As primeiras denúncias contra ele foram feitas em fórum on-line para concurso, quando três mulheres se uniram e levaram o caso ao Me Too Brasil, organização sem fins lucrativos que oferece assistência jurídica gratuita a vítimas de violência sexual.

Scalercio é juiz substituto do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, com sede em São Paulo, e professor de direito material e processual do trabalho em um famoso cursinho preparatório para concursos.

Entre as 10 mulheres que denunciam o professor estão uma funcionária do TRT, uma advogada, uma estagiária de direito, seis alunas do cursinho Damásio e uma professora de direito.

Em relato de uma das vítimas do professor que dá aulas em cursinhos para concurso público, a mulher conta que o professor se trancou com ela no gabinete dele. “Me agarrou sem meu consentimento e por repetidas vezes tentou me beijar”, afirma.

Outra aluna de Scalercio diz que o professor teria prometido à vítima que revisaria a prova dela via Skype, mas que, ao entrar na ligação, o juiz trabalhista estava pelado e se masturbando. Em outro caso, uma mulher conta ter sido agarrada pelo magistrado, que ameaçou a vítima dizendo que ela não tinha provas.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília, e o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), em São Paulo, apuram as três acusações contra o juiz, respectivamente, nas esferas administrativa e criminal.

*Estagiaria sob a supervisão de Andreia Castro

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