A Justiça negou um pedido de habeas corpus feito pela defesa do diplomata alemão Uwe Herbert Hahn. Ele foi preso em flagrante, na noite de sábado, acusado de matar o marido, o belga Walter Henri Maxilien Biot, de 52 anos. Segundo a defesa do diplomata, a prisão teria sido ilegal porque não houve flagrante e teria havido desrespeito à imunidade diplomática.
A polícia entende que houve flagrante - ele foi preso menos de 24 horas depois da morte - e que não houve desrespeito à imunidade diplomática porque ele não é consul-geral no País, nem embaixador. Além do mais, o crime ocorreu em Ipanema, não em território considerado alemão, e sem relação com as atividades diplomáticas.
A juíza Maria Izabel Pena Pieranti entendeu que não caberia ao plantão judicial decidir sobre a soltura do investigado e que isso deveria ser feito em audiência de custódia. Depois de passar a noite na 14ª Delegacia de Polícia, no Leblon, Hahn foi transferido na manhã deste domingo para o presídio de Benfica. A audiência de custódia está prevista para acontecer na tarde de hoje.
Walter Henri Maxilien Biot foi encontrado morto no apartamento em que o casal morava em Ipanema, na zona sul do Rio, na noite de sábado. Inicialmente, Hahn alegou que o companheiro tinha passado mal e desmaiado. Exame de necropsia indicou que o corpo da vítima apresentava mais de 30 lesões não compatíveis com uma queda. E a causa da morte foi apontada como traumatismo craniano provocado por ação contundente. A perícia policial no apartamento também indicou sinais de luta corporal.
"A versão dele (Uwe Hahn) é muito frágil diante das evidências arrecadadas, das provas e da perícia técnico-científica", disse no sábado ao Estadão a delegada Camila Lourenço, da 14ª DP. Neste domingo, ela esteve novamente no apartamento em Ipanema e recolheu garrafas de suco.
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