O Ministério da Saúde divulgou, na segunda-feira (1º/8), uma nota técnica sobre a varíola dos macacos, com orientações a respeito da doença para profissionais da saúde e mulheres gestantes, lactantes e puérperas. Entre as recomendações, está a manutenção do uso de máscaras, em especial, em ambientes com pessoas potencialmente contaminadas, e o uso de preservativos em todos os tipos relações sexuais.
O documento também orienta para que os indivíduos estejam em alerta se a parceira sexual apresenta alguma lesão na área genital. Nesses casos, é recomendado que não haja contato entre o casal. Segundo o Ministério da Saúde, tais observações são necessárias porque a transmissão pelo contato íntimo tem sido a mais frequente no atual surto de varíola do macaco.
Além disso, a nota técnica afirma que gestantes, lactantes e puérperas devem se manter afastadas de pessoas com sintomas suspeitos da doença, como febre e lesões na pele.
Apesar de as gestantes apresentarem quadro clínico similar ao resto da população, o Ministério da Saúde informa que elas podem ter uma forma mais grave da doença. Por esse motivo, são consideradas pelo governo como grupo de risco e são prioridade para o diagnóstico laboratorial do vírus. Atualmente, além das gestantes, o ministério indica outros dois grupos de risco: crianças de até 8 anos e imunossuprimidos.
Tratamento
De acordo com a nota técnica, uma vez que os estudos sobre varíola dos macacos e grávidas ainda são escassos, as atuais orientações do Ministério da Saúde se baseiam na experiência anterior de gestantes que tiveram a forma humana da varíola, erradicada no Brasil na década de 1980.
O documento também orienta que, apesar da varíola do macaco ser uma doença autolimitada, ou seja, que geralmente apresenta cura espontânea, podem ocorrer casos, em especial, para pessoas imunossuprimidas, em que é necessário tratar com medicamentos específicos.
Apesar de não haver protocolo de tratamento específico com antivirais no ciclo gravídico-puerperal, o Ministério da Saúde orienta como profissionais de saúde devem atuar: em casos em que a gestante assintomática foi exposta ao vírus, mas testou negativo, o monitoramento da paciente pode ser suspenso. Caso ela teste positivo, é recomendado isolamento domiciliar sem visitas durante 21 dias. O mesmo é indicado para aquelas que negativam o exame, mas apresentam sintomas. Nesse caso, é necessário refazer o teste caso os sintomas persistam.
Já quando confirmada a doença, a nota técnica orienta que sejam tomadas medidas de acordo com a gravidade da infecção. Em quadros leves, por exemplo, uma equipe assistencial deve acompanhar a gestante durante a quarentena. Nos quadros de maior gravidade, a internação em uma unidade de saúde é recomendada pelo Ministério da Saúde.
* Estagiária sob a supervisão de Carlos Alexandre Souza
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