VIOLÊNCIA

Indígena é assassinado no MS; polícia aponta disputa por terras

A vítima foi atingida por disparos de armas de fogo, efetuados por dois homens que estavam em uma moto. Outra pessoa ficou ferida

O indígena Márcio Moreira, do povo guarani kaiowá, morreu baleado em Amambai, Mato Grosso do Sul. De acordo com lideranças indígenas da região, ele foi atingido por disparos de arma de fogo, efetuados por dois homens em uma moto que teriam armado uma emboscada.

Márcio fazia parte da liderança na luta pela recuperação do território de Guapoy e, de acordo com a Polícia Civil do estado, o motivo do assassinato seria a disputa por terras na região. “Há possível envolvimento com as recentes invasões de terras por indígenas em Amambai", afirmou, ao portal g1, o delegado Caio Macedo, responsável pelas investigações.

O indígena teria sido vítima de uma emboscada. Segundo Júnior Anderson Barbosa, outro líder indígena, Márcio teria sido chamado por um taxista para realizar um serviço em uma construção. Ao receber a proposta de trabalho, ele teria recrutado outras duas pessoas para ajudá-lo. Depois de chegar no local indicado, em certo momento, os três foram rendidos pela dupla em uma moto.

Reprodução/Conselho Indigenista Missionário - Indígena Márcio Moreira, do povo guarani kaiowá

“Nos intimidaram com as balas, mostraram com pistola de cano curto e bateram em nós, jogando no meio dos caraguatás [planta espinhosa], em seguida atiraram no Márcio e nos deitamos, como a munição acabou, eles nos bateram com a arma”, contou uma das vítimas ao Conselho Indígena Missionário (CMI). Um conseguiu fugir, outro ficou ferido e foi levado ao hospital de Amambai. Márcio morreu no local.

De acordo com a equipe de socorro do Corpo de Bombeiros, foi possível identificar uma perfuração por arma de fogo no ombro e um ferimento de arma branca no tórax de Márcio.

Outra morte em menos de um mês

Em meados de junho deste ano, outro indígena morreu em Amambai. Vitor Fernandes, 42 anos, foi assassinado durante conflito entre indígenas e Polícia Militar na região. Na ocasião, cerca de outros 20 indígenas ficaram feridos por balas de borracha e projéteis.

A morte de Márcio leva o povo guarani kaiowá a acreditar em uma possível retaliação contra a ação de retomada e a repercussão negativa em relação à ação dos policiais há cerca de um mês, que chamam a operação de “Massacre de Guapoy”.

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