Os avanços tecnológicos na saúde têm levado o setor de assistência médica a buscar mais e melhores serviços e resultados para profissionais do setor e usuários. Mas essa preocupação não se resume à adoção das técnicas mais recentes, nem sua disponibilização. É preciso combinar tudo isso com uma rede de atendimento multidisciplinar e integrada, cujo foco esteja na humanização do processo para aumentar o bem-estar do paciente.
Esse foi o tema central do webinar Coordenação de Cuidado e Navegabilidade: a Saúde com Base em uma Assistência Integrada e Personalizada, promovido pelo Correio Braziliense, sob patrocínio da Rede Dasa — a maior rede de saúde integrada do Brasil. Participaram do debate Julio Mott, diretor-geral no Hospital Brasília Unidade Águas Claras; Gleidson Viana, diretor médico de Diagnóstico por Imagem do Laboratório Exame; e Matheus Beleza, diretor médico da Maternidade Brasília. A moderação ficou a cargo de Mariana Niederauer, editora do site do Correio.
Gleidson fez questão de salientar que a tecnologia tornou-se uma ferramenta essencial para a conquista da saúde plena. "Traz o empoderamento do paciente, o poder de escolha e mais substrato nas escolhas dele junto com o médico. Temos uma tecnologia muito robusta. Se a gente não tiver, não conseguimos prestar a assistência necessária. Visamos sempre ter os equipamentos para que o médico possa dar o diagnóstico mais rápido e acertado", apontou.
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Integração
A existência de uma rede de saúde integrada e multidisciplinar é o que torna possível a eficácia na prevenção de doenças, no diagnóstico e no tratamento precoce. Com base na convivência em uma unidade que atende o público feminino, Beleza ressalta o atendimento às mulheres como um exemplo a ser enfatizado.
"A mulher começa seus exames preventivos, como o papanicolau, e daqui a pouco passa pelo momento de entrar no projeto de constituir uma família. Depois disso, nossa ideia é que ela continue com a gente, que entre na menopausa e esteja fazendo as consultas e qualquer tratamento que necessitar dentro da nossa unidade", sugeriu.
Já Mott ressaltou os benefícios da modernidade em relação à rapidez dos diagnósticos e na prevenção de doenças: "Quando o usuário, por algum motivo, faz um exame e a gente identifica, para além desse motivo, uma outra lesão, já estamos atuando preventivamente na doença", observou.
Ele aponta, ainda, a integração de sistemas como fundamental para o bem-estar do paciente. Segundo Mott, essa funcionalidade democratiza a saúde e garante a tranquilidade nas unidades de atendimento.
"O sistema de saúde fica mais eficiente como um todo. Essa possibilidade de integração dos sistemas é, com certeza, o que de mais humano existe. A partir do momento em que temos essa informação em tempo real, rapidamente a gente consegue, de forma cuidadosa, atenciosa e afetiva, atuar na saúde do usuário", ressaltou.
Humanização
Mas a tecnologia tem de vir acompanhada da humanização para que o binômio "bem-estar/paciente" esteja completo. Somente dessa forma se alcança os melhores resultados nos tratamentos. "A própria ideia de ter um olhar integral com o paciente já é uma forma humanizada de atendimento. Por exemplo: falando da saúde da mulher, na Rede Dasa temos uma linha de cuidados em que pacientes que fazem exames preventivos, inclusive de câncer de mama — recebem todos os atendimentos necessários. Não se pode deixar uma paciente à espera de um resultado. Essa eficiência na entrega na resposta diminui a ansiedade", explicou Gleidson.
Falando sobre sua experiência no atendimento à mulher, Beleza apontou para a necessidade de garantir a autonomia da paciente durante, por exemplo, uma gestação. "Tenta-se tirar um pouco dessa hierarquia clássica de um hospital porque, dentro de uma maternidade, tem uma equipe olhando para essa paciente. A ideia é transformar o ambiente em algo muito mais próximo dela, que está vivendo um dos momentos mais marcantes da vida. Essa humanização é uma prioridade para a rede como todo. Mas, dentro da maternidade, se vê isso de uma forma muito clara", salientou.