sustentabilidade

Nenhum município brasileiro atingiu nível máximo de desenvolvimento sustentável

Segundo o levantamento, a média alcançada pelas cidades do Brasil é de apenas 46,9 pontos. Mais de 55% das cidades (1.566 municípios) foi classificada como de nível baixo de desenvolvimento

Nenhum dos mais de 5 mil municípios brasileiros atingiu o nível máximo do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades, medido pelo Instituto de Cidades Sustentáveis. O levantamento identificou que mais da metade das cidades do país não atingiu sequer o nível médio da escala, que tem como parâmetro os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

A pesquisa — a primeira do tipo feita em todas as cidades de um país — levou em consideração indicadores como saúde, educação, igualdade de raça e de gênero, saneamento básico, energia e acesso à água limpa, entre outros itens. Os municípios entram em uma classificação, de acordo com seu nível de desenvolvimento, que se divide em muito alto (80 a 100 pontos), alto (60 a 79,99), médio (50 a 59,99), baixo (40 a 49,99) e muito baixo (0 a 39,99).

Segundo o levantamento, a média alcançada pelas cidades do Brasil é de apenas 46,9 pontos. Mais de 55% das cidades (1.566 municípios) foi classificada como de nível baixo de desenvolvimento. Apenas 2% atingiram o alto grau de desenvolvimento, e 14% apresentaram resultados que a colocaram no nível mais baixo. As 10 cidades com maior pontuação estão localizadas no estado de São Paulo. Na ponta oposta, oito das dez com pior desempenho no ranking ficam na Região Norte. São Caetano do Sul (SP), na região metropolitana de São Paulo, e Santana do Araguaia, no sudoeste do Pará, estão, respectivamente, no topo e na última colocação da lista.

As cidades da região Sudeste são as mais bem ranqueadas, com maior escore médio (51,92 pontos), Seguidas pelos municípios das regiões Sul (49,86 pontos), Centro-Oeste (46,77), Nordeste (42,21) e Norte (39,62). Distrito Federal, São Paulo e Paraná são, respectivamente, os estados com melhores níveis de desenvolvimento, na média dos municípios.

Segundo Igor Pantoja, assessor de coordenação do Instituto Cidades Sustentáveis, os números representam "uma síntese que possibilita ver as desigualdades regionais para além da distribuição de renda".

"Vemos pelo índice, por exemplo, a diferença de oferta de serviços públicos, a desigualdade de gênero e raça, direitos humanos etc. O índice mostra que vai além da questão econômica", explicou.

O Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades foi elaborado em parceria com o Sustainable Development Solutions Network com o apoio do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e financiamento do Projeto CITinova.

* Estagiários sob a coordenação de Vinicius Doria

Saiba Mais