O bicho-mineiro, Leucoptera coffeella, é a principal praga da cultura do café no cerrado, que inclui o maior produtor de café arábica do Brasil, o estado de Minas Gerais conhecido por causar prejuízos aos cafeicultores por muito tempo, a praga veio da África e causa diversos prejuízos na produção cafeeira. A pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Erika Albuquerque foi a entrevistada desta sexta-feira (29/7) do programa CB.Agro, parceria entre o Correio e a TV Brasília. Albuquerque faz parte do grupo de pesquisadoras que sequenciou o gene da praga dos cafezais.
"Nós estamos reunindo informações do DNA do bicho-mineiro. Ou seja, fizemos o genoma dessa praga do café que causa muitos prejuízos à cafeicultura brasileira, especialmente. Nós temos o projeto em andamento com várias possibilidades da geração de produtos biotecnológicos e, para isso, nós precisamos dessa informação, no nível molecular e foi esse estudo que fizemos em parceria com vários colaborações e montamos um banco de dados que estamos explorando para gerar soluções e inovação para o agronegócio da cadeia cafeeira."
O Brasil exportou 39,589 milhões de sacas de 60kg de café e obteve uma receita cambial recorde de US$ 8,117 bilhões, com embarques para 121 destinos, na safra 2021/22, encerrada em junho passado. Em relação à temporada anterior, o desempenho representou queda de 13,3% em volume, mas crescimento de 38,7% em valor. Os dados fazem parte do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Como impacta
O ataque do bicho-mineiro nos cafeeiros causa prejuízos porque as folhas minadas pelas lagartas causam desfolha drástica (até 100%), resultando em prejuízos de até 72% na produção de café. O primeiro ciclo do inseto tem que ser controlado com eficiência para evitar que outros ciclos ocorram ao longo do ano.
"O bicho-mineiro é uma praga que veio junto com o café da África. Ele come especificamente a folha do cafeeiro, então ele se alimenta com as folhas e causa danos e interfere na capacidade da planta em se manter. Isso prejudica a produção e as plantas ficam depauperadas. E isso gera um prejuízo que pode levar à morte da planta em casos que não seja controlado", explicou Albuquerque.
"O controle dessa praga em geral é químico, com químicos convencionais e esses produtos geram desvantagem pro meio ambiente e para a vida humana ainda tem um problema que é agravado pela capacidade do inseto desenvolver a resistência ao campo e com essa resistência o inseticida perde a efetividade."
De acordo com Albuquerque, dentro do sequenciamento genético as pesquisadoras já têm ideias de como explorar e apresentar o trabalho em congressos.
"Eu imagino que também outras pessoas e instituições venham nos procurar para dar ideias novas de como usar essas informações. Além do sequenciamento do DNA também fizemos sequenciamentos complementares do bicho mineiro." "Nossa pesquisa pode ajudar porque podemos contribuir para a sustentabilidade do negócio e também para a competitividade no mercado internacional. Quanto mais conhecimento nós temos do inseto maior a chance de desenvolver produtos específicos para esse inseto que não atinja outros insetos que não queremos interferir como as abelhas."
"Fizemos colaborações com outras unidades da Embrapa, com universidades, e nós tivemos esse resultado que continua abrindo novas possibilidades de pesquisa com esses parceiros."
* Estagiária sob supervisão de Carlos Alexandre Souza
Confira a íntegra da entrevista:
Saiba Mais
- Diversão e Arte Projeto DJ Classic oferece curso gratuito de discotecagem no DF
- Brasil Blogueira é indiciada por latrocínio após mandar "dar susto" em ex
- Mundo O raro fóssil de peixe em pose 'feroz' encontrado em pasto
- Mundo Por que muitos argentinos preferem 'poupar gastando'
- Brasil Parque Nacional do Iguaçu receberá R$ 500 milhões em investimentos
- Diversão e Arte Will Smith quebra silêncio sobre tapa em Chirs Rock: "Foi inaceitável"
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.