meio ambiente

Destruição da floresta é recorde

João Gabriel Freitas*
postado em 09/07/2022 00:01
 (crédito: Daniel Nepstad/Divulgação)
(crédito: Daniel Nepstad/Divulgação)

De acordo com o Sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia teve 3.988km² desmatados nos seis primeiros meses de 2022, quase dez vezes a área do Plano Piloto de Brasília. O número da destruição é o maior já registrado para este período desde 2016, e o triplo do registrado em 2017 (1.332km²). A pesquisa, divulgada ontem, mostra que, só em junho, o desmate atingiu uma área total de 1.120km², pior marca para o mês desde o início da série histórica.

Este é o quarto ano consecutivo com recorde de desmatamento no primeiro semestre, com um aumento de 10,6% em comparação aos primeiros seis meses de 2021.

Entre os estados, o Amazonas liderou pela primeira vez o ranking da devastação no semestre, com — 1.236km² —, o que representa 30,9% do total. O segundo é o Pará, que perdeu 1.105km² de cobertura florestal — 27,7% do total —, seguido por Mato Grosso, com 845km² (21,1%).

Para Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil, o cenário é "péssimo", mas não é surpreendente, quando se observa que os primeiros quatro meses do ano apresentaram recordes sucessivos de desmatamento. Ele disse que "a política de expansão da área de exploração é do século passado" e que "este ano, a população tem que olhar para políticos que pensem na floresta em pé, seja no Executivo, seja no Legislativo".

Em nota, a gerente de ciências do WWF-Brasil, Mariana Napolitano, disse que o desmatamento da Amazônia no primeiro semestre de 2022 torna cada vez mais próximo o momento em que a floresta não conseguirá mais se sustentar. "A Amazônia é chave para a regulação das chuvas das quais depende nossa agricultura, nosso abastecimento de água potável e a disponibilidade de hidroeletricidade. O roubo de terras públicas e o garimpo ilegal, que não geram riqueza ou qualidade de vida, estão destruindo nosso futuro."

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