Alagoas é o estado que mais preocupa no período de chuvas intensas que assola o Nordeste. Dos 102 municípios alagoanos, 56 estão em situação de emergência, segundo a Defesa Civil do Estado. O agravante é que, apenas nos primeiros cinco dias de julho, duas pessoas morreram em decorrência das chuvas, metade do registro de junho inteiro. Há ainda no estado cerca de 60 mil pessoas desalojadas. A previsão da Sala de Alerta é de que as chuvas diminuam na segunda quinzena de agosto.
“Quando chove na cabeceira dos rios Paraíba e Mundaú, que nascem em Pernambuco, a água escoa para Alagoas e se concentra na região metropolitana de Maceió. Tanto que as primeiras cidades atingidas em emergência foram no litoral Sul. Essa concentração em alto volume é o problema, pois transborda para o estado inteiro”, explicou Major Allan Barbosa da Defesa Civil Estadual de Alagoas.
De acordo com Vinícius Nunes, meteorologista e coordenador da Sala de Alerta de Alagoas, é um ano atípico para o Brasil em razão do fenômeno La Niña, que consiste no resfriamento das águas do oceano pacífico e altera o destino de umidade vinda da Amazônia para o Nordeste.
“Também há influência das Ondas do Leste, massas de ar originadas na costa africana que convergem no litoral brasileiro. No entanto, isso é normal. Todo ano acontece no período de chuva, inclusive o fenômeno é um dos principais formadores de precipitação da região. A anormalidade é a temperatura do Atlântico acima do esperado. Essa convergência causa o excesso de chuvas”, acrescentou.
Rio Grande do Norte
A situação no Rio Grande do Norte também piorou nos últimos dias com mais da metade da chuva prevista para o mês inteiro em Natal: 261mm. A prefeitura decretou estado de calamidade pública no domingo(3/7). Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Serviços (SEMOB), foram montados três abrigos para acolher pessoas desalojadas. Esses locais receberam 21 pessoas até o momento. O município já registrou 35 imóveis interditados na região metropolitana da capital.
“Tivemos dois pontos críticos nos últimos dias. Uma rua com problema de drenagem teve 25 casas interditadas e uma das lagoas da cidade teve um deslizamento grande. Nos demais, a cidade está suportando, mas existem deficiências em vias públicas e três grandes áreas de risco. Estamos monitorando”, disse o Secretário da SEMOB-Natal, Carson Correio.
Pernambuco
Já em Pernambuco, de acordo com a atualização de segunda-feira (5/7) da Central de Operações da Defesa Civil, são 8.640 pessoas desalojadas e 1.446 pessoas desabrigadas. O número de cidades afetadas pelas chuvas que tiveram início em 1º de julho subiu para 42. Dentre essas, 38 já encaminharam os Decretos Municipais de Situação de Emergência à Secretaria Executiva de Defesa Civil do Estado.
*Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer
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