Gravações, feitas com autorização da Justiça, foram consideradas pelos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) como indícios de que o presidente Jair Bolsonaro interferiu na investigação da Polícia Federal (PF) sobre o ex-ministro da Educação.
Ao encaminhar o processo de investigação de Milton Ribeiro ao STF, o juiz federal Renato Borelli cita três conversas em que o ex-ministro demonstra ter medo de operações da Polícia Federal nas investigações sobre a influência de pastores no Ministério da Educação (MEC).
Em uma delas, gravada no dia 9 de junho, o ex-ministro da Educação disse, em conversa com uma filha, que recebeu uma ligação do presidente Jair Bolsonaro (PL) em que o chefe do Executivo nacional dizia temer ser atingido pela investigação da Polícia Federal (PF).
Confira:
Prisão
Milton Ribeiro esteve como ministro da Educação no Governo Bolsonaro entre julho de 2020 e março de 2022. Ele foi preso na última quarta-feira (22/06) pela Polícia Federal (PF) e solto no dia seguinte.
A prisão se deu por uma investigação que apura o envolvimento dele nos crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência e um suposto envolvimento em um esquema para liberação de verbas do Ministério da Educação.
Uma decisão dessa quinta-feira (23) do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), determinou a suspensão da prisão do ex-ministro.