O juiz Raphael Ernane Neves, da 1ª Vara Criminal do Foro de Registro (SP), decretou, ontem, a prisão preventiva do procurador Demétrius Oliveira de Macedo, que agrediu a procuradora-geral do município Gabriela Samadello Monteiro de Barros. O caso aconteceu na última segunda-feira, já no final do expediente.
A prefeitura de Registro afastou Demétrius por 30 dias sem recebimento de salário. A Polícia Civil — que já havia colhido depoimento do homem, mas o liberou — abriu um inquérito para investigar o epiódio, reunindo fotos e vídeos da agressão.
De acordo com Gabriela, ela decidiu pedir um procedimento administrativo contra Demétrius porque ele vinha agindo agressivamente com colegas de trabalho. A procuradora acredita que foi atacada por causa da apuração interna.
Em outra frente, o ouvidor das Polícias de São Paulo, Elizeu Soares Lopes, requisitou, também ontem, ao delegado-geral de polícia, Osvaldo Nico Gonçalves, a prisão temporária de Demétrius. Citando as "imagens impactantes" das agressões, ele avalia que a medida é "necessária a fim de salvaguardar o direito da vítima".
Após a solicitação do ouvidor, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), comentou o ataque sofrido por Gabriela dentro de uma repartição pública. "Que a Justiça faça a sua parte e puna todo e qualquer covarde que agrida uma mulher", afirmou em seu perfil no Twitter. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) designou dois promotores de Justiça, com atuação em Registro, para acompanhar no caso.
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Socos e xingamentos
As agressões de Demétrius contra Gabriela foram registradas em vídeo por uma quarta funcionária da repartição, pois outras duas tentavam impedir que ele espancasse Gabriela. Após derrubar a procuradora-geral, ele dá socos e pontapés na superior hierárquica. Também a chama de "vagabunda" e "puta".
Demétrius só foi contido depois da intervenção de outros funcionários, que ouviram os gritos de socorro. O caso foi registrado como lesão corporal na Delegacia de Defesa da Mulher de Registro.
Em entrevista a uma rede de tevê local, Gabriela disse que as agressões poderiam ter um desfecho pior devido ao descontrole de Demétrius. "Foi exposta a minha dignidade como mulher, fui desrespeitada com servidora pública", afirmou.