O teste do pezinho faz parte da triagem neonatal, que investiga diversas doenças e é realizada de forma gratuita no Brasil. A realização é fundamental para o diagnóstico precoce de doenças raras. Por isso, especialistas da área da saúde reforçam a necessidade da ampliação do teste do pezinho no país.
Daniela Mendes, superintendente-geral do Instituto Jô Clemente — pioneiro no teste do pezinho no Brasil e referência na triagem neonatal —, participou nesta terça-feira (21/6) do CB. Fórum “Ampliação do teste do pezinho: um passo fundamental para o diagnóstico precoce de doenças raras”. Para ela, é necessário que haja uma organização do modelo da triagem ampliada juntamente com o Ministério da Saúde. "Várias doenças ainda não têm um protocolo definido e isso é um problema. A triagem é uma continuidade entre o tratamento e o acompanhamento”, explicou.
O evento realizado pelo Correio Braziliense reuniu especialistas para debater o alcance do exame e a necessidade de se fazer a ampliação da testagem o quanto antes, englobando assim 51 doenças, inclusive raras como a Atrofia Muscular Espinhal (AME).
Desigualdade
A especialista explicou, no evento, que em algumas áreas do país o teste do pezinho já está mais estruturado e enfatizou a importância da capacitação dos profissionais de saúde.
“A gente sabe as diferenças que temos no Brasil como um todo. Temos algumas áreas que já estão mais estruturadas na rede, mas acredito que o grande desafio é na questão da capacitação, em estabelecer protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas. Várias doenças ainda não têm um protocolo definido e isso é um problema. A triagem é uma continuidade entre o tratamento e o acompanhamento.”
Diversas doenças de causa congênita, genéticas e infecciosas podem ser pesquisadas. O diagnóstico precoce possibilita o início do tratamento antes que a criança seja comprometida e apresente sequelas da doença.
Segundo Daniela Mendes, é necessário que haja uma organização do modelo da triagem ampliada juntamente com o Ministério da Saúde. “Precisamos, sim, organizar o modelo juntamente com o MS para que a triagem seja feita de uma forma igualitária no Brasil como um todo, e disponibilizada, estruturada onde todos os locais e todos os centros sejam referência. Precisamos capacitar os profissionais da saúde”, reforçou.
Também participaram da mesa o presidente da Casa Hunter, Antoine Souheil Daher; a coordenadora do Programa de Triagem Neonatal do Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, Carmela Grindler; e a presidente da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal Erros Inatos do Metabolismo (SBTEIM), Tânia Bachega.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro