Nesta quarta-feira (15/6), a Polícia Federal confirmou que foram encontrados "remanescentes humanos" possivelmente do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. Antes de a informação ser confirmada, no entanto, as famílias já tinham sofrido com a notícias de que os corpos tinham sido encontrados há dois dias.
Na ocasião, a família de Dom, que vive na Inglaterra, e a esposa dele, que mora no Brasil, foram informados pela embaixada brasileira em Londres que os dois tinham sido encontrados amarrados em uma árvore na floresta. Horas depois, a Polícia Federal e a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) desmentiram a informação.
Na própria segunda, a esposa de Bruno, Beatriz Matos, usou as redes sociais para cobrar explicação sobre as declarações dadas pela embaixada. "A Polícia Federal tem o compromisso de passar as informações para a família primeiro e para a superintendência de Manaus, eles confirmaram para gente que nenhum corpo foi encontrado, conforme nota oficial. É necessário que se apure de onde o embaixador tirou essa informação", disse.
A Embaixada só foi se desculpar com a família no dia seguinte. Em uma mensagem privada enviada às duas famílias na terça-feira (14/6), o embaixador brasileiro no Reino Unido, Fred Arruda, disse que eles foram "enganados" por informações que receberam de fontes oficiais envolvidas nas buscas.
Na terça, Beatriz participou de audiência na Câmara dos Deputados e cobrou respostas verdadeiras e concretas sobre o desaparecimento de Bruno. "A esposa do Bruno trouxe a indignação quanto ao descaso do que está acontecendo, e deixou muito negritado que o que os familiares e amigos querem são respostas concretas, porque muito se preocuparam com os últimos acontecimentos, as últimas notícias, com desencontro de informações", contou a deputada Vivi Reis (PSOL-PA).
Nesta quinta (16/6), a família de Dom Phillips emitiu nota em que pediu privacidade nesse momento. "No devido momento iremos apresentar nossas perspectivas sobre essas vidas corajosas e o importante trabalho desses homens extraordinários, mas neste momento, nós pedimos que representantes da mídia permitam à família alguma paz para lidar com privacidade com o que aconteceu com nosso amado Dom", diz a nota.
Na noite de quarta, a esposa de Dom, a brasileira Alessandra Sampaio, também emitiu uma nota em que cobra respostas sobre o crime. "Este desfecho trágico põe um fim à angústia de não saber o paradeiro de Dom e Bruno. Agora podemos levá-los para casa e nos despedir com amor. Hoje, se inicia também nossa jornada em busca por justiça. Espero que as investigações esgotem todas as possibilidades e tragam respostas definitivas, com todos os desdobramentos pertinentes, o mais rapidamente possível."
A esposa de Bruno usou o Twitter na manhã desta quinta-feira (16/6) para prestar uma singela homenagem ao marido. "Agora que os espíritos do Bruno estão passeando na floresta e espalhados na gente, nossa força é muito maior", escreveu Beatriz Matos.
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