Uma semana depois do desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, familiares, amigos e apoiadores fizeram homenagens em grandes cidades do país. Os atos ocorreram no Rio de Janeiro, em Brasília e em Belém.
Na capital federal, a concentração foi no Eixão, durante a tradicional interdição da via para lazer. O ato no Rio de Janeiro foi na Avenida Atlântica, em frente ao Posto 6, em Copacabana. Era lá que Dom fazia aulas de stand-up paddle quando morou na cidade. Há um ano, ele a mulher se mudaram para Salvador. Um grupo de aproximadamente 50 pessoas segurou cartazes com fotos dos desaparecidos e gritou, em coro: "Onde estão Dom e Bruno?"
Estiveram presentes ao ato os sogros do jornalista britânico. A aposentada Maria Lúcia Farias Sampaio, 78 anos, mãe de Alessandra Sampaio, casada com Dom, disse a jornalistas que acredita que "ele já não está mais entre nós". "Para ser sincera, não existe mais esperança", afirmou. Philips está no Brasil há 15 anos. O sogro do jornalista, o aposentado Luiz Carlos Rocha Sampaio, 80, tem esperanças. "Eu ainda alimento a esperança de encontrá-lo. Peço a Deus que não seja em vão essa nossa luta."
Além de Alessandra, o casal tem outros dois filhos. Uma delas está em Salvador com a irmã e o irmão, o produtor Marcus Farias Sampaio, 49, participou do ato na zona sul do Rio. "A gente sabe que é muito difícil. Enquanto não houver uma resposta definitiva, a gente tem que acreditar. Mas a gente está aguardando o pior, embora tenha muita fé", disse.
A atriz Lucélia Santos também participou do ato. "Esse episódio vem escancarar a realidade trágica e horrorosa que está acontecendo no Brasil hoje. Que perseguem e matam as pessoas nessa região já é do conhecimento de todos. O que a gente não podia imaginar é a vulnerabilidade do Exército, de não reunir as condições adequadas para a busca. A sociedade precisa se unir e exigir do governo o esclarecimento do caso. Dom e Bruno não podem simplesmente sumir no interior da floresta", disse a atriz.